26 de Abril de 1986, 1:24, o reactor número 4 da Central Nuclear explode. A contaminação radioactiva espalhou-se por 150.000 km2, pela Bielorússia, Ucrânia e Rússia. As nuvens e o vento depositaram a radiação, a milhares de quilómetros de distância. Centenas de milhares de pessoas foram evacuadas e milhões continuaram a viver em áreas perigosas para a sua saúde e vida.
A nuvem radioactiva superou em 200 vezes, o cogumelo de Hiroshima e Nagasaki e deu várias voltas ao globo!
O reactor ardeu durante 10 anos!
O reactor número 4 de Chernobyl foi selado inúmeras vezes. Foi construído um sarcófago especial para evitar a fuga da radiação, contudo, os bombeiros, os militares e os técnicos que ajudaram a controlar a maior fuga da radioactividade já cá não estão, para contar a História!
Chernobyl, cidade fantasma…
Situações perigosas, como reacções nucleares descontroladas, falhas nos sistemas cruciais de segurança e quase derretimento do reactor, aconteceram nos últimos 10 anos, no Japão, EUA, Reino Unido, Suécia e Bulgária.
Por cá, exige-se o nuclear, desde o Presidente da República, ao Governador de Portugal, à Juventude Socialista, passando pelo insuspeito Patrick Monteiro de Barros…
Em Espanha, Zapatero pretende encerrar as centrais nucleares, no espaço de três anos.
O recente escândalo na central de nuclear Ascó, em Espanha, confirma a tendência de morte desta tecnologia. Numerosos erros e falhas nos sistemas de segurança resultaram em radioactividade libertada. Inicialmente, os gestores não reportaram o acidente à autoridade de segurança nuclear nem avisaram o público. Aliás, vários grupos de escola com crianças visitaram a central enquanto isto acontecia. Quando partículas radioactivas foram encontradas em solo público, os operadores da central foram obrigados a admitir o acidente, mas, com a colaboração da autoridade de segurança estatal, a dimensão do acidente só foi revelada vários dias depois. A falha radioactiva era na verdade várias centenas de vezes maior, que o pensado inicialmente, e mais de 1.000 pessoas precisam agora de ser vigiadas e ser observadas pelo médico periodicamente.
A indústria nuclear francesa está a promover o seu negócio à escala mundial, mas o novo “European Pressurized Reactor” (EPR), dito ser mais seguro, mais barato e mais confiável, está a ser um fiasco na Finlândia. Pouco menos de 3 anos de ter começado a sua construção está dois anos atrasado, com 1,5 biliões de euros de derrapagem orçamental e afrontado com falhas em questões importantes de segurança.
A construção de um 2º EPR começou em Dezembro passado em França, com garantias de que seria um projecto modelo. Mas, uma lista de problemas foi encontrada por inspectores apenas 3 meses após ter começado a sua construção.
A indústria nuclear continua na mira de acidentes, mentiras, encobrimentos e incompetências. Os novos reactores ameaçam tornar-se os Chernobyls de amanhã.
No entanto, há esperança de travar este negócio, dois dias antes do aniversário do acidente de Chernobyl, vários bancos anunciaram que não iriam colocar o seu dinheiro, na construção de reactores de risco, na Eslováquia.
Mais informação em:
http://news.nationalgeographic.com/news/2004/04/0426_040426_chernobyl_2.html
2 comentários:
Em jeito de complemento:
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1337568&idCanal=11
Áustria: detectada fuga radioactiva na Agência Internacional de Energia Atómica, in Publico on line
Assunto a ser relembrado a todos os que já se esqueceram e só vêm a possibilidade de lucrar às custas da vida da população. Muitas delas acharão o Nuclear uma boa escolha, até que esta rebente e lhes dê cabo da vida.
Parabéns por esta divulgação para que ninguém se esqueça deste trágico evento e do trágico dia.
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