quarta-feira, novembro 30, 2011

Rumores de guerra



Esta manhã li esta notável opinião do alemão Joschka Fischer, e fiquei a remoer, enquanto andamos todos muito distraídos e consumidos pela crise (na Europa), no Médio Oriente, avolumam-se as nuvens que poderão levar a um confronto regional ou mesmo global.
Para além da habitual parafernália aeronaval americana, há mais duas esquadras norte-americanas a caminho, uma da Síria e outra do Irão. Só que em águas sírias estão navios de combate russo, para o que der e vier…
A China também já avisou que qualquer ataque ao Irão será como um ataque a ela própria…
Para além disso e que dizer dos espiões americanos capturados no Irão e da guerra suja das embaixadas no Irão e a retirada de pessoal diplomático e das missões não governamentais, sabem o que isso quer dizer?
Mais palavras para quê?
Deixo-vos com algo que vale a pena ler, nestes tempos em que andamos todos anestesiados, que não conseguimos avistar as nuvens que estão a ensombrar o nosso horizonte…

Irão a caminho da guerra?
“Enquanto a Europa continua preocupada com a sua própria crise em câmara lenta, e outras potências mundiais continuam a ser hipnotizadas pelo espectáculo bizarro dos inúmeros esforços das instituições europeias em salvarem o euro (e dessa forma o sistema financeiro global), nuvens de guerra concentram-se em massa sobre o Irão, uma vez mais.
Ao longo de vários anos, o Irão tem promovido tanto um programa nuclear, como também o desenvolvimento de mísseis de longo alcance, o que aponta somente para uma conclusão: os líderes do país estão empenhados em fabricar armas nucleares, ou pelo menos em alcançar a tecnologia até ao limiar, onde somente uma única decisão política é necessária para atingir esse fim.
A última linha de acção iria, sem dúvida, manter o Irão no âmbito do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), de que é signatário. Mas não pode existir nenhuma dúvida razoável sobre as intenções das autoridades iranianas. De outra forma, os programas nucleares e mísseis seriam um desperdício de dinheiro. Afinal de contas, o Irão não precisa de tecnologia de enriquecimento de urânio. O país só tem um reactor nuclear civil, com barras de combustível fornecidas pela Rússia, e a tecnologia iraniana que está actualmente a ser desenvolvida não pode ser utilizada nisso.
Mas o enriquecimento de urânio faz muito sentido para quem quer uma arma nuclear; na verdade, para esse propósito, o enriquecimento é indispensável. Além do mais, o Irão está a construir um reactor a água pesada, supostamente para fins de investigação, mas cuja existência também é necessária para fabricar uma bomba de plutónio.
O Irão, em violação do TNP, escondeu partes substanciais deste programa. O país também gastou milhões de dólares em compras ilegais, de tecnologias de enriquecimento e programas de armas nucleares, aos cientistas nucleares paquistaneses e ao negociante do mercado negro A.Q. Khan, o “pai da bomba paquistanesa”. O Irão tentou ocultar estas transacções durante anos, até que a sua máscara foi descoberta quando a Líbia começou a cooperar com o Ocidente e expôs a rede de Khan.
Um Irão munido com armas nucleares (ou uma decisão política para as possuir) alteraria, drasticamente, o equilíbrio estratégico do Médio Oriente. Na melhor das hipóteses, uma corrida ao armamento nuclear ameaçaria consumir esta região, já instável, o que colocaria em risco o TNP, com extensas consequências globais.
Na pior das hipóteses, as armas nucleares serviriam a política externa “revolucionária” do Irão na região, que tem sido aplicada pelos líderes do país desde o nascimento da República Islâmica em 1979. A combinação de uma política externa anti-status quo com armas nucleares e mísseis é um pesadelo não só para Israel, que pelo menos tem capacidade de segunda ofensiva, mas também para os vizinhos árabes não-nucleares do Irão e para a Turquia.
De facto, os países do Golfo, incluindo a Arábia Saudita, sentem-se existencialmente mais ameaçados pelo Irão do que Israel. O perfil de segurança da Europa mudaria, também drasticamente, caso o Irão possuísse ogivas nucleares e mísseis de longo alcance.
Todas as tentativas de negociação não levaram a lugar nenhum, com o Irão a continuar a enriquecer urânio e a melhorar a sua tecnologia nuclear. As sanções, apesar de úteis, só funcionam a muito longo prazo e uma mudança no equilíbrio de poderes dentro do país não se prevê a curto prazo. Sendo assim, trata-se só de uma questão de tempo – e não muito tempo – até que as nações vizinhas do Irão, e a comunidade internacional, se confrontarão com uma fatídica escolha: ou aceitam o Irão como uma potência nuclear, ou decidem que a mera perspectiva, à medida que se torna mais realista, está a conduzir à guerra.
O presidente Barack Obama já deixou claro que os Estados Unidos não aceitarão o Irão como uma potência nuclear, em nenhuma circunstância. O mesmo também se aplica para Israel e para os vizinhos árabes do Irão no Golfo.
O próximo ano promete ser crítico. O governo israelita sugeriu, recentemente, que o Irão atingiria o limiar nuclear num prazo de nove meses e que poderia tornar-se numa grande questão, na longa corrida eleitoral à presidência norte-americana, em Novembro de 2012. E é difícil de imaginar que o actual governo de Israel ficará impassível enquanto o Irão se torna numa potência nuclear (ou numa quase-potência nuclear).Por outro lado, falar de intervenção militar – a qual, dadas as circunstâncias, resumir-se-á largamente aos ataques aéreos – é barato. Há sérias dúvidas sobre a possibilidade do programa nuclear iraniano ser eliminado por meio aéreo. Na verdade, com a probabilidade de grande parte do mundo condenar qualquer ataque, a intervenção militar poderia esclarecer o caminho diplomático para uma bomba iraniana.
É melhor não pensar no que o Médio Oriente poderia parecer, após este tipo de confronto. As forças da oposição iranianas seriam, provavelmente, as primeiras vítimas da acção militar ocidental e, noutros locais da região, a Primavera Árabe submergiria, provavelmente, sob uma massiva onda de solidariedade anti-Ocidente com o Irão. A região seria novamente empurrada para a violência e para o terror, ao invés de continuar a sua transformação de baixo para cima. Os efeitos na economia mundial não serão menos significativos, sem falar das consequências humanitárias.
Uma última tentativa numa solução diplomática afigura-se improvável, dado que a questão nuclear desempenha um papel decisivo na luta de facções do regime iraniano, no qual aquele que se compromete a favorecer pode ser considerado o perdedor. Além do mais, os líderes iranianos parecem assumir que o país é grande demais e poderoso demais para ser controlado por sanções ou ataques aéreos.
Historicamente, a estrada para o desastre tem sido geralmente feita de boas intenções e de erros graves de julgamento. Isso poderia acontecer novamente em 2012, quando os erros de cálculo em todas as partes poderiam limpar o caminho para a guerra ou para um Irão como potência nuclear – ou, em termos bastantes realistas, para ambas. Uma nova escalada no Médio Oriente culminará nestas deploráveis alternativas, mais cedo do que o previsto, a menos que seja encontrada uma solução diplomática (ou a menos que a diplomacia possa pelo menos ganhar tempo).
Infelizmente, esse cenário é pouco provável no próximo ano. Na ausência de qualquer caminho viável para um compromisso diplomático norte-americano, com o Irão, o fardo de organizar, convocar e conduzir tais negociações altamente sensíveis, cairá sobre a Europa. E os líderes europeus, como o Irão sabe muito bem, têm outras coisas nas suas mentes.”

Joschka Fischer, ministro dos negócios estrangeiros da Alemanha e vice-chanceler entre 1998 a 2005, foi líder do Partido Verde alemão durante quase 20 anos.
Fonte: Público

Militares tomarão medidas se o Presidente da República aprovar Orçamento de Estado de 2012



Presidente da Associação de Oficiais das Forças Armadas afirma que os militares "vão tomar medidas" se o Presidente promulgar o Orçamento.
Questionado pela TSF sobre que medidas podem ser essas, Manuel Cracel explicou: "As circunstâncias hão-de ditar a melhor forma de o fazer. Importa referir que nas circunstâncias em que tal vier a acontecer, hão-de ser sempre num contexto institucional e democrático".
O coronel lamentou ainda que apesar dos diversos pedidos da Associação de Oficiais das Forças Armadas, Cavaco Silva, nunca tenha recebido os militares. E defende mesmo que o Presidente da República teria muito a ganhar se ouvisse os militares.
Os militares vão tentar ser recebidos ainda hoje no Palácio de Belém, para deixarem um documento a Cavaco Silva em que pedem o veto do Orçamento.
A partir das 18:00, os dirigentes das associações socioprofissionais das Forças Armadas "e todos os militares que queiram e possam" irão para a porta do Palácio de Belém, a residência oficial do Presidente da República, que é o comandante supremo das Forças Armadas, para fazer "uma vigília" que tem como objectivo pedir a Cavaco Silva que vete o Orçamento do Estado, mas também que receba as associações do sector pela primeira vez.
"Os militares, dando continuidade à manifestação [de 12 de Novembro], pretendem pedir ao senhor Presidente da República que não promulgue o Orçamento do Estado para 2012, que contém aspectos e decisões que afrontam sobremaneira a condição dos militares e a própria instituição militar", explicou à agência Lusa Manuel Cracel.
Com esta iniciativa, os militares querem "deixar ali com a sua presença" as "profundas reservas" que têm "relativamente ao que vai acontecendo" no país e com as políticas de austeridade adoptadas pelo Governo, "em particular no que diz respeito aos militares", ainda segundo o dirigente da AOFA.
Os militares protestam sobretudo contra os cortes que os afectam e a retirada de direitos inerentes à condição militar, sublinhando que estão a ser equiparados a qualquer funcionário público quando lhes são pedidas obrigações e disponibilidade que não existem para nenhum outro grupo profissional.

Em Portugal vive-se um clima de paz podre, até à Revolução… (que há-de acontecer um dia)

Em Portugal mandam os portugueses!

segunda-feira, novembro 28, 2011

Crise? Quem manobra os fios?


Acordem, wake up!...

Internet pelo buraco da fechadura



As notícias que vem dos States, não são as melhores de dia para dia, eventualmente o mundo como o conhecemos hoje poderá estar em mudança, para algo bem pior…
… a internet livre volta a colidir com os direitos de autor…
… proposta de lei pretende suspender páginas com conteúdos protegidos…
… Sarko quer controlar a internet…
… Kissingir e Rockefeller dizem que se não fosse a internet ,a Nova Ordem Mundial já seria uma realidade…
O debate, no Congresso dos EUA, de uma lei que pretende bloquear sites de internet que alberguem, sem permissão, conteúdos protegidos por direitos de autor está a gerar polémica. Se, por um lado, a proposta tem o apoio da indústria de conteúdos – que vê na medida uma oportunidade de combater a pirataria – por outro, grandes corporações, grupos civis e até professores de Direito insurgem-se por recearem que a monitorização das actividades dos utilizadores que a medida implica pode resultar numa violação do direito à privacidade.
Google, Facebook, Yahoo!, eBay, Twitter Linkedin - sim, leu bem! - revelaram a sua preocupação, através de uma carta aberta e da publicação de uma página publicitária conjunta no “The New York Times”. As suas reivindicações são suportadas também por um relatório de uma agência governamental, vinculada ao Departamento de Energia dos EUA, que chama a atenção para a possibilidade de uma medida do género colocar em causa a segurança dos internautas.
Na Europa, a proposta está igualmente a gerar preocupação. Associações como a European Digital Rights e os Repórteres sem Fronteiras já manifestaram os seus receios quanto às consequências que a proposta, a ser aprovada acarretaria.

domingo, novembro 27, 2011

Citações de José Saramago


"O tempo das verdades plurais acabou. Vivemos no tempo da mentira universal. Nunca se mentiu tanto. Vivemos na mentira, todos os dias."
José Saramago

Até tu Sarko...?!!!


O Maia e o Correio da Manhã que me perdoem, mas os seus cartoons são demais…
Este último publicado na rubrica Radar Saudade, na Revista de Domingo, do Correio da Manhã, então está no ponto… em cheio!

sábado, novembro 26, 2011

Fitch Ratings coloca Portugal no lixo!



A agência de notação financeira Fitch cortou na passada quinta-feira, dia 24 de Novembro de 2011 (dia de Greve Geral), o rating de Portugal em um nível, de 'BBB-' para 'BB+', passando a nota do país para um nível já considerado 'lixo' ('junk').
Em comunicado, a Fitch, que já tinha anunciado que iria tomar uma decisão sobre a revisão para possível corte que pairava sobre o rating português no quarto trimestre deste ano, diz que os grandes desequilíbrios orçamentais, o elevado endividamento em todos os sectores e o cenário macroeconómico adverso levam a agência a considerar que a sua nota já não é consistente com um rating dentro da chamada escala de investimento.
Entre os problemas apontados está a revisão do crescimento previsto pela agência para a economia portuguesa, que reviu as suas projecções apontando agora para uma recessão na ordem dos 3% em 2012, tal como o Governo e a troika, e que a recessão nos próximos dois anos irá complicar muito a tarefa do Governo em reduzir o défice orçamental e que terá um impacto negativo na qualidade dos activos dos bancos.
Já que muitos não sabem o que são e porque influenciam tanto os créditos... Então aqui vai o esclarecimento.

O que são as agências de rating?
As agências de rating realizam avaliações sobre países, instituições, empresas, etc. e atribuem notas de risco sobre a capacidade de pagarem as suas dívidas. Ou seja, avaliam se um país ou empresa está em boas ou más condições para pagar o dinheiro pedido na data acordada.

Quantas agências de rating existem?
Há várias agências de rating mas as mais reconhecidas são a Standard&Poor´s, Moody' s Investor Services e a Fitch Ratings.

Como foram criadas e como sobrevivem?
Investidores de todo o Mundo usam estas agências de rating para avaliar o risco que têm ao emprestar dinheiro a determinados países ou empresas. Existem há vários anos e foram criadas para fornecer avaliações independentes sobre investimentos. No início, os investidores pagavam para obter esses dados. Em 1975, nos EUA, devido a uma proliferação de agências de ratings - algumas com objectivos menos claros - decidiu-se que apenas a Standard&Poor´s, Moody' s e Fitch poderiam ser utilizadas oficialmente. Os próprios países pagam a estas agências para serem avaliados, como é o caso de Portugal.
E se deixassem de pagar para serem avaliados? – Pergunto eu – Afinal não estamos em crise?


O que significam as letras das avaliações?
A classificação não é idêntica para estas três agências de rating. Para a Moody´s a melhor classificação que um país pode receber é Aaa e a pior C. Para a Standard&Poor´s e Fitch a melhor é AAA e a pior D. A escala, no mínimo, significa alta probabilidade de não pagamento das dívidas dentro do prazo acordado e, no topo, total capacidade de pagamento.

Por que estão a ser alvo de críticas?
As agências de rating têm sido acusadas de falharem na avaliação credível e independente de certos investimentos. Falharam, por exemplo, na altura da crise financeira que começou nos Estados Unidos com avaliações elevadas no sector imobiliário. Mas também com a Islândia que entrou em bancarrota quando tinha uma avaliação elevada. Em resultado disso, tanto nos EUA como na Europa, as agências de rating começam a ser questionadas estando mesmo a ser reavaliada a sua regulação. Em resposta, as agências alegam que as notas que dão são apenas opiniões que os mercados podem ou não aceitar.

A verdade é que não existe, no momento, qualquer forma de substituição do trabalho que fazem e que é imprescindível para quem vai emprestar dinheiro.
Para além disso, as três maiores agências de rating: Standard&Poor´s, Moody' s e Fitch, são detidas pela Golman Sachs…
E o que é a Goldman Sachs?

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