O Egipto está neste momento a ferro e fogo…
Da polícia nem rasto, os militares agora controlam a rua e cercam os manifestantes. As pilhagens das lojas e das residências mais faustosas agora são uma constante, nem os museus escapam!
Mubarak já colocou os familiares mais próximos a salvo. Fugir tornou-se a palavra de ordem, reina o caos na capital e no Egipto, ninguém sabe de ninguém. Não há comunicações, nem telefones nem internet. Só a TV estatal emite. A Al-Jazeera foi proibida e os seus jornalistas confinados aos quartos de Hotel. Os presos das cadeias egípcias fugiram neste cenário dantesco no maior país muçulmano do Norte de África.
É a desordem absoluta.
Enquanto isso, espirais de fumo elevam-se da capital, Cairo…
Ninguém parou para parar nas repercussões desta revolução que escapou à diplomacia ocidental, mas as consequências podem ser imprevisíveis…
O Egipto controla boa parte do tráfego marítimo no Canal de Suez, entre o Indico e o Mediterrâneo por onde fluem cargueiros e super petroleiros que trazem matérias-primas vitais para o Ocidente. Para além disso desempenha um papel vital para os interesses ocidentais e israelitas no Médio Oriente que poderão estar a esta hora definitivamente comprometidos.
O bloqueio noticioso imposto por Mubarak pode levar a três cenários possíveis:
- Um banho de sangue;
- O caminho para a democracia (pessoalmente não acredito neste cenário) – apesar de se encontrar no terreno El Baradei, o favorito dos ocidentais;
- A ascensão da Irmandade Muçulmana ao poder;
A balança vai pender para um dos lados…
O rastilho continua aceso e ameaça propagar-se ao Líbano, ao Iémen e à Arábia Saudita.
Provavelmente, as coisas não vão ficar como estavam, a Revolução está na rua!
Em jeito de post scriptum: A China já baniu a palavra Egipto dos motores de busca é que a moda se pega, muitas mais revoluções estarão em marcha…