(Em português, Missão Solar)
O Sol está a morrer e a Terra enfrenta um Inverno glaciar. A única esperança reside numa equipa de oito astronautas e cientistas com a missão de fazer detonar uma bomba nuclear no centro do Sol para o reactivar. Sete anos antes, essa missão esteve a cargo da nave Icarus I, da qual nunca se chegou a saber o destino, apenas que não tinha conseguido o seu objectivo. Encontramos a equipa da Icarus II quando eles levam já 16 meses de viagem, com as inevitáveis tensões, que derivam de estar confinado num espaço limitado com as mesmas pessoas e com reduzidos estímulos sensoriais. No centro destas tensões está Capa (Cillian Murphy), o físico, e Mace (Chris Evans), o engenheiro. Após passarem Mercúrio, a Icarus II detecta a presença da desaparecida Icarus I. A hipótese de a inspeccionar e recolher a bomba para aumentar a capacidade da sua implicará uma mudança da sua trajectória em direcção ao Sol, decisão que o capitão Kaneda (Hiroyuki Sanada) coloca nas mãos de Capa.
Esta é uma missão suicida e eles sabem disso. Aliás, o próprio nome da missão/nave não parece um bom augúrio. E os devidos contratempos (alguns bastante previsíveis) virão aumentar a angústia e desespero da tripulação, onde se destacam ainda Corazon (Michelle Yeoh), a bióloga encarregue de manter o jardim de oxigénio; Cassie (Rose Byrne), o piloto; Trey (Benedict Wong), encarregue de todos os cálculos de trajectória e ajustamento dos painéis do escudo solar; e Searle (Cliff Curtis) o psicólogo, obcecado com as suas literais sessões de solário.
Em termos de atmosfera, “Sunshine” é irrepreensível. Danny Boyle (“Trainspotting”, “28 Days Later...”, “A Praia”), em conjunto com uma sonoplastia sem falhas e a brilhante fotografia de Alwin H. Kuchler, consegue fazer do Sol uma verdadeira personagem.
Visualmente, “Sunshine” é imenso e claustrofóbico, a merecer totalmente a experiência de um grande ecrã. Com grande probabilidade a memória da maioria levá-los-á até “2001: Uma Odisseia no Espaço” de Stanley Kubrick: um computador com personalidade, os monólitos finais, passando por uma forte (mas pouco explorada) vertente espiritual.
Em “Sunshine” questionam-se os sacrifícios feitos em nome de uma missão maior, assiste-se ao simbólico colapso da frágil e vingativa natureza perante a loucura do Homem, o Sol mistura-se com o conceito do divino, e, da mesma forma, o seu poder supremo é fonte de fascínio e obsessões. “Sunshine” balança entre a ciência e a fé.
1 comentário:
Para mim, o melhor filme de ficção científica dos últimos anos. Embora aqui não haja apenas ficção mas algo mais.
Gostei da realização, do papel de Cillian Murphy, da banda sonora...enfim, não há falhas.
Abraço!
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