Moody's avisa clientes: preparem-se para default temporário nos EUA!
A agência de notação alerta os fundos financeiros que estejam expostos à dívida soberana norte-americana para "riscos directos e indirectos" da actual situação política em Washington. EUA lideram, de novo, subidas no risco de “default”.
“A Moody's avisou os fundos financeiros conhecidos pela designação de money market funds (MMF, no acrónimo) que estão sujeitos a "um risco crescente" associado ao perfil de crédito da dívida soberana dos Estados Unidos que se está degradando.
O anúncio da agência de notação de Warren Buffett surgiu num contexto de agravamento do risco nos indicadores do mercado da dívida: os Estados Unidos foram o país do mundo que revelou ontem (26 de julho) o maior aumento da probabilidade de incumprimento da sua dívida soberana, que num só dia passou de 4,76% para 4,90%. Hoje, continua a subir e está em 5,30%, segundo dados da CMA DataVision. É, de novo, o país cuja probabilidade de default mais sobe no conjunto dos 80 países monitorizados por aquela empresa. O que foi acompanhado por um disparo de 14% nas yields (juros implícitos) dos Títulos do Tesouro a 2 anos no mercado secundário. Todas as maturidades viram os juros subir.
Soube-se, ainda, que os Estados Unidos foram o país em que o valor líquido dos credit defaults swaps (cds, seguros financeiros contra risco de incumprimento) mais subiu no último mês, o dobro da subida no caso de Itália, o campeão no valor líquido de cds.
A notação de triplo A desta dívida, recorda a agência, foi colocada em revisão para "possível corte" em virtude da "incerteza" em torno do clima político em Washington, onde prossegue a discussão do aumento do teto de endividamento federal e se aproxima a data limite de Agosto - seja 2 ou 10 do próximo mês - para uma solução.
Risco de pânico financeiro
Esta situação provoca "riscos diretos e indiretos". Os diretos incluem a possibilidade de "não pagamento de juros e de amortizações por um curto período de tempo de títulos governamentais" que vençam em agosto - ou seja o que se tem designado por default temporário - e a degradação da qualidade dos portefólios dos MMF que estejam expostos à dívida americana.
Os riscos indirectos advêm da emergência de um clima de pânico financeiro - expressão que a Moody's, naturalmente, não utiliza no comunicado. Na linguagem da agência, esses riscos tomam a forma da "possibilidade de que uma volatilidade de mercado crescente influencie o comportamento dos investidores, aumentando a actividade de resgate e pressionando a liquidez em todo o sector".
A Moody's considera que os fundos poderão revelar uma "boa resiliência" a um corte da notação da dívida norte-americana de triplo A para Aa1 (na terminologia da classificação da Moody's; na classificação da Standard & Poor's equivale a AA+), mas já poderão sofrer impactos negativos mais sérios no caso de um corte para Aa2 (na classificação da S&P equivale a AA).”
Jorge Nascimento Rodrigues (Jornal Expresso)
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Gostaria que as notícias fossem outras, mas esta é incontornável, vai nos afectar a todos, como um tsunami financeiro, que tudo vai varrer.
Isto vai ficar lindo, meus caros amigos. Aposto que como vós gostaria que tudo voltasse à normalidade, mas é a marcha dos tempos…