Cem casos de gripe A em Portugal nas próximas duas semanas e 25% da população infectada até ao fim do Verão são as previsões de Francisco George, Director-Geral da Saúde, conforme adiantou em entrevista à SIC Notícias. Apesar desta perspectiva, aquele responsável admite que a maioria dos infectados não terá que ser hospitalizada.
Nos últimos dias o número de novos casos diagnosticados em Portugal não parou de aumentar. Só ontem foram conhecidos mais oito em que dois são casos inéditos no país por serem as primeiras pessoas que contraíram a doença por contágio que não estavam fora de Portugal.
Um dos casos de contágio directo é o de um bebé de 13 meses, internado no Hospital de Ponta Delgada. A criança nunca saiu dos Açores mas esteve em contacto com uma mulher, portadora do vírus H1N1, que tinha chegado do Canadá. O outro caso é o de uma mulher de 47 anos internada no Hospital Curry Cabral, em Lisboa.
Nas últimas 24 horas, foram registados mais cinco casos de gripe A (H1N1), um deles por transmissão secundária, elevando para 47 o número de infectados em Portugal, anunciou hoje o Ministério da Saúde.
Actualização:
Dos cinco casos, três são homens e estão internados no Hospital Curry Cabral, em Lisboa.
Um dos homens, de 49 anos, regressou do Reino Unido, enquanto outro homem, de 43 anos, passou por Espanha e Itália. O terceiro caso, um jovem de 22 anos, corresponde a um caso de transmissão secundária.
No Hospital de Dona Estefânia, também em Lisboa, estão internadas uma adolescente de 13 anos, proveniente de Palma de Maiorca, e uma menina de nove anos, que veio da República Dominicana.
Desde o início de Maio, foram confirmados 47 casos de gripe A (H1N1), três dos quais por transmissão secundária.
"O surgimento de casos de transmissão secundária era esperado pelas autoridades de saúde pública, tendo em conta a evolução natural da epidemia e o aumento do número de casos importados", refere o Ministério da Saúde (MS) em comunicado publicado no Portal da Saúde.
O MS mantém as medidas de prevenção já tomadas, que têm como objectivo a imediata localização e contenção dos casos, e recomenda a toda a comunidade - famílias, escolas, empresas - que colabore com comportamentos que dificultem a transmissão do vírus.
Além da identificação, isolamento e tratamento dos casos, o MS, através da Direcção-Geral da Saúde, em colaboração com a Escola Nacional de Saúde Pública e com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, está, há dois meses, a analisar essa resposta social à transmissão, reportando-a periodicamente, para que os comportamentos da comunidade se adaptem à situação epidemiológica.
O Ministério da Saúde alerta, mais uma vez, os cidadãos para, em caso de sintomas de gripe, independentemente de terem viajado para fora do país, contactarem de imediato a Linha de Saúde 24 (808 24 24 24) e seguirem as indicações dos profissionais de saúde.
Esta deve ser a primeira medida a tomar antes de se dirigirem a um serviço de saúde.
A passagem à fase 6 do alerta de pandemia, decidida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), deve-se à facilidade e velocidade de propagação do vírus a nível mundial.
O MS tomará as medidas previstas no Plano de Contingência que venham a revelar-se necessárias em cada momento e garante que as autoridades de saúde monitorizam permanentemente o evoluir da situação.
O vírus da gripe A (H1N1) já contaminou 94.512 pessoas em 136 países e territórios e causou 429 mortos, segundo o balanço divulgado hoje pela OMS.
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