Afinal, como muitos suspeitavam neste processo doloroso, parece que já não vamos ter metro, tram train ou comboio ou coisa alguma (quanto muito um metrobus ou uma ciclovia até Coimbra).
A sangue frio fomos todos levados, agora é uma questão de tempo, até as obras pararem de vez, o pretexto a crise mundial…
Com pompa e circunstância, quase um ano depois, das obras terem principiado no mês de Janeiro de 2010 no Centenário Ramal da Lousã, com o levantamento dos carris de ferro, da retirada das tulipas e das pedras da linha, resta o vazio, um caminho deserto… Eis que a montanha se prepara para parir um rato.
Uma história cheia de vicissitudes desde 1996, quantos milhões foram já gastos em salários e estudos pela Metro Mondego? – Eis a pergunta que muitos mirandenses e lousanenses gostariam de fazer aos responsáveis pela tutela.
Para a posterioridade ficam as estações de Ceira, Miranda do Corvo e da Lousã que foram objecto de requalificação urbana. No entanto provavelmente ficarão vazias e esvaziadas do seu conteúdo funcional, a ver passar comboios num passado distante.
Quando me falaram, agora já não é Metro, vamos passar a ter Tram Train, comecei a ter as minhas dúvidas…
Isto para não falarmos do estranho destino dos carris de ferro, que foram desviados pelos amigos do alheio (conforme notícia dada à estampa) ou por algum caridoso sucateiro, quando na imprensa se especulava que estes tinham como destino o Entroncamento, o Ramal da Figueira da Foz ou até mesmo a linha de Cantanhede. As tulipas de madeira seguiram o mesmo rastro, tantos eram os camiões, qual terá sido o seu destino?
O Entroncamento ou Ovar?
Só as entidades envolvidas poderão responder a tais questões…
Isto para não falarmos do depósito de pedra localizado junto à passagem de nível do Arneiro (Padrão) e que mudou de sítio do lado direito para o lado esquerdo da estrada no sentido Miranda do Corvo-Lousã e que tem vindo a diminuir a olhos vistos todos os dias…
Com os diabos, não somos um país rico e os materiais poderiam ter sido reutilizados em obra. Esclareceram-me que o Tram Train circularia sobre um betuminoso especial, onde assentariam os carris.
Perguntei como se desloca o Tram Train?
Será sobre carris?
Algum dia o saberemos…?
Semanalmente ia acompanhando esta mirambolante história através da imprensa, as notícias não eram famosas, ameaças de demissão, Governo suspende concursos, Governo não comparece a Assembleias da Metro Mondego, Abaixo assinados entregues na Assembleia da República, José Sócrates não responde a questão sobre o futuro do Ramal da Lousã, até à noticia do passado dia 10 de Novembro no Diário de Coimbra, Governo quer autocarros no Ramal da Lousã.
Por amor de Deus…
Onde estamos nós?
Onde fica a responsabilidade civil e criminal dos implicados neste processo de destruição do Centenário Ramal da Lousã?
É bom que isto não fique por aqui e que sejam apuradas responsabilidades até às últimas circunstâncias, doa a quem doer. Porque prejudicaram a vida de milhares de pessoas, daqueles que compraram casa em Miranda do Corvo ou na Lousã e se deslocam diariamente para Coimbra ou ainda dos milhares de expropriados pela Metro Mondego, que viram a sua vida virada do avesso (em especial os da Baixa de Coimbra).
Consta-se que já não haverá dinheiro para as transportadoras e que já há mini-autocarros e outros a cair de podre, com avarias a fazer a viagem entre Serpins e Coimbra, é que os autocarros luxuosos, já foram…
E agora?
Quem descalça esta bota?
Mais em:
http://espacoaberto-umanovamiranda.blogspot.com/2010/01/os-ultimos-dias-do-comboio-em-miranda.html
http://espacoaberto-umanovamiranda.blogspot.com/2010/01/uma-breve-historia-do-ramal-da-lousa.html
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