Você já ouviu falar do Wisconsin?
Provavelmente não…
O Wisconsin é um dos cinquenta estados que compõem os EUA, já agora certifique-se na Wikipedia.
Este estado também está a braços com a dívida pública.
É verdade.
Mas tal facto tem sido escondido pelos meios de comunicação social portugueses e europeus.
Parece que não é o único na Terra do Tio Sam. Há mais estados em apuros, tais como por exemplo, a Virgínia e muitos outros.
A crise começou em 14 de Fevereiro de 2011, quando o governador republicano de Wisconsin, Scott Walker, apresentou um projecto de lei antidemocrático, que, entre outras coisas eliminaria quase todos os direitos de negociação colectiva da maioria dos funcionários públicos, além de cortar os salários e os benefícios deste sector. O governador defendeu o seu projecto dizendo que era necessário para equilibrar o débito orçamental de três bilhões e 600 milhões de dólares nos próximos dois anos.
Meus amigos onde é que já vi isto?
Em resumo, o projecto de lei exige que os funcionários públicos paguem uma percentagem maior dos seus salários para os seguros de saúde e fundos de pensões e elimina os sindicatos (excepto o dos bombeiros e o da polícia), o direito de negociação colectiva sobre outras questões que não sejam os salários (e este só poderá ser renegociado, se o aumento proposto estiver abaixo do nível da inflação) está comprometido.
Até agora, tudo indica que o principal objectivo do projecto do governador é o de destruir a união AFSCME (Federação Americana de Funcionários do Estado, Condados e Municípios), que foi fundada em Wisconsin em 1930, destruindo também o WEAC (Conselho da Associação de Educação de Wisconsin), um dos sindicatos de professores mais fortes e mais eficazes no país.
Milhares de pessoas (mais de 100 mil, segundo estimativas), cercaram o Capitólio, na capital Madison, cuja população total é de apenas 250 mil habitantes. O que começou como um repúdio às medidas republicanas para limitar severamente (quase anular) direitos sindicais de cerca de 175 000 trabalhadores do governo de Wisconsin, está a transformar-se numa rebelião contra a repressão aos trabalhadores em alguns outros pontos da América.
A resistência em Wisconsin incluiu vários tipos de tácticas não violentas, desde a ocupação do Capitólio estadual (em Madison) até a fuga de 14 senadores democratas do estado para tentar impedir o quorum necessário para a aprovação da lei, imposta pela direita da direita republicana, em manobra parlamentar, agora sujeita a revisão judicial.
Não seria equivocado pensar numa possibilidade de que o movimento cívico venha a se converter numa revolta, com milhares de partidários e assim crescesse por muitos outros estados dos EUA. Aguardemos o desenrolar da história…
O cineasta Michael Moore foi a Madison, capital do estado de Wisconsin, porque, segundo suas declarações “esta é uma guerra de classes”. Os protestos foram comparados aos ocorridos no Egipto por participantes e analistas como Noam Chomsky, que os definiu como “o primeiro sinal da revolta das massas trabalhadoras” contra medidas semelhantes em outros estados. O reverendo Jesse Jackson, o líder popular Jim Hightower, e importantes líderes sindicais e sociais, juntaram-se aos protestos nas últimas semanas. A América está em convulsão.
Fontes:
http://www.france24.com/en/20110310-wisconsin-republicans-battle-with-public-workers
http://www.infowars.com/police-would-absolutely-use-force-on-wisconsin-protesters/
http://www.infowars.com/judge-blocks-wisconsin-anti-union-law/
Veja ainda o relógio do Wisconsin, por cada hora que passa aumenta o número de desempregados e a dívida deste estado americano:
http://www.usdebtclock.org/state-debt-clocks/state-of-wisconsin-debt-clock.html
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