Após brilhar com o inesperado «Distrito 9», as portas de
Hollywood abriram-se para Neill Blomkamp, que entrou por elas adentro
com «Elysium», um épico de ficção científica com Matt Damon e
Jodie Foster.
«Elysium» só estreia em Março de 2013, no
entanto, por parte da produção há um esforço invulgar para não
revelar nada do seu argumento a quem quer que seja. Mesmo na
conferência de imprensa, os actores e o realizador evitaram divulgar
grandes detalhes sobre a história, para não estragarem a surpresa e
aumentarem a expectativa.
De qualquer forma, o cineasta sul-africano Neill Blomkamp
descreveu «Elysium» como «um filme passado em 2159 sobre uma
estação espacial onde vivem os ricos, que orbita em redor da Terra.
O nosso planeta está cheio de doenças, o dinheiro e os recursos
esgotaram-se...
Sabe-se no entanto que Max, está a tentar chegar à estação
espacial porque está a morrer e lá haverão cuidados de saúde. Ele
tenta curar-se mas está desesperado».
Contudo há quem pense na estação que orbita a Terra em manter o
seu habitat puro, livre das destruições dos humanos.
No entanto, os velhos temas de «Distrito 9», nomeadamente a
imigração, a discrepância entre ricos e pobres, e a falta de
liberdade, parecem continuar todos em «Elysium», fruto da
personalidade do realizador. Matt Damon revelou que «a primeira vez
que o conheci, ele disse-me «olha, eu nasci na África do Sul e
emigrei para o Canadá quando tinha 18 anos. E ir do Terceiro Mundo
para o Primeiro naquela idade mudou-me muito e à forma como vejo o
mundo». Uma forma que se reflecte agora de forma indelével na forma
como aborda o tema de cada obra.
Apesar disso, Blomkamp afirma que todos os seus filmes «têm
sempre na origem de tudo não essas obsessões particulares mas um
conceito visual: no «Distrito 9» era o de alienígenas a viverem em
Joanesburgo, e no «Elysium» era ideia da separação de ricos e
pobres e as imagens de uma estação especial separada da Terra».
Mesmo assim, o realizador é peremptório: «fazer este filme
deu-me tanto prazer como fazer o «Distrito 9», talvez até mais
porque o ambiente era politicamente mais estável que o da África do
Sul, onde rodei a fita anterior. E as interpretações aqui eram
realmente tão boas que o meu trabalho como realizador foi mais
limitado, às vezes até era apanhado a olhar esmagado para o monitor
de vídeo a vê-los trabalhar. E trabalhar com o Sharlto Copley outra
vez, mesmo que num contexto diferente, foi muito bom e houve momentos
em que sentimos que ainda estávamos a rodar o «Distrito 9».
Damon também só tem elogios a tecer ao cineasta: «aprendo muito
cada vez que trabalho com um grande realizador. Com o Neill, o nível
de detalhe era imenso. Quando o conheci, ele deu-me um livro
detalhadíssimo de sistemas de armas e veículos, eu olhei para
aquilo, fui para casa e disse à minha mulher «tenho de conseguir
participar neste filme, dê lá por onde der, aquilo vai ser
espectacular». E depois de ter visto o «Distrito 9» ele foi para o
topo da lista das pessoas com quem eu queria trabalhar. Tive muita
sorte pelo facto da ocasião ter chegado tão depressa».
Finalmente, a pergunta sagrada quando duas super-estrelas como
Damon e Foster se encontram pela primeira vez no cinema será que
eles têm química? Bom, isso será algo difícil de avaliar em
«Elysium», já que, de acordo com a actriz , «eu só tenho uma
cena com o Matt, em que ele estava muito calado porque estava
amordaçado».
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