domingo, dezembro 28, 2008

Paul Krugman, Cash for Trash

Poucas leituras são mais interessantes, quando o assunto é a crise económica dos EUA, do que este artigo assinado por Paul Krugman, no New York Times. Nobel da Economia, à esquerda do espectro político norte-americano, ele não discute que algum tipo de resgate é necessário. Mas, o plano de 700 biliões de dólares proposto pela Casa Branca é capaz de não chegar para tapar o buraco. Primeiro, no entanto, começa como uma explicação das origens da crise:

1. O estouro da bolha imobiliária provocou uma epidemia de calotes e hipotecas cobradas que, por sua vez, provocou que os títulos ancorados nessas hipotecas que circulam no mercado perdessem todo o seu valor.
2. Esta perda de valor fez com que muitas instituições financeiras terminassem com pouco capital nas mãos, em relação a suas dívidas. Este é um problema particularmente sério porque todas se endividaram muito no período da bolha.
3. Como as instituições financeiras têm muito pouco capital em relação às suas dívidas, elas não têm conseguido ou não têm tido vontade de fornecer o crédito que a economia precisa.
4. Para pagar suas dívidas, essas instituições têm procurado vender os papéis que têm, incluindo os títulos ancorados em hipotecas, o que empurra ainda mais para baixo o seu preço, consequentemente desvalorizando ainda mais suas reservas. É um ciclo vicioso.

O projecto do governo norte-americano consiste em comprar 700 biliões de dólares em títulos. Segundo Krugman, isso talvez possa até quebrar o ciclo vicioso. Mas apenas talvez: a essa altura, vários outros papéis estão perdendo o seu valor.

Em resumo, o governo quer intervir no item 4. Krugman acha que a intervenção tem de ocorrer noutro ponto do processo: no 2.

Em essência, o dinheiro é do povo. Do país. Se é para fazer uma intervenção, o povo tem que ganhar algo com isso. Ao dar dinheiro para instituições financeiras, deve sair com um pedaço delas. Ao colocar dinheiro, o governo deve tornar-se sócio. O governo não deve simplesmente comprar papéis ruins sem que os banqueiros sejam punidos. Deve assumir um pedaço. Tendo controle, capitalizando quem se meteu no buraco, aí deve vender parte dos papéis ruins, mas também parte dos bons.

De outra forma, o povo assume a dívida e os incompetentes lavam as mãos com suas fortunas.





Este artigo (http://www.nytimes.com/2008/09/22/opinion/22krugman.html?_r=2&oref=slogin) foi escrito antes da Mega Fraude provocada por Bernard Madoff.

Contudo, esta semana Krugman disse numa conferência de imprensa, que resta saber quantos mais esqueletos haverá dentro do armário à espera de serem descobertos!


Ler mais em:

http://economia.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1354256




1 comentário:

Nesty disse...

oi amigo

he leido articulos de tu blog, ttrata muchos temas de interes.
te invito a visitar los sitios web cubanos

http://lavozdecuba.blogspot.com

http://vivacubalibre-habana.blogspot.com

feliz año 2009

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