Irão, o fim de uma ilusão?

Por estas alturas provavelmente muitas linhas já se escreveram acerca do Irão, muitos e-mails já deram a volta ao mundo, muitas fotos já foram publicadas e exibidas on ou off line.

Confesso-vos que não morro de simpatias por Almadinejad, mas também não vou à bola com americanos.

Cheira-me a deja vu.

Onde é que eu já vi este filme?

Só que esta encenação faz-me lembrar alguém a actuar na sombra, buscando a inspiração na Roma Imperial.

Provavelmente a CIA andou a fazer das suas no terreno, lançando tudo à confusão, depois da barraca montada, dois cenários são possíveis: um banho de sangue, com mortos, prisões sumárias e desaparecimentos, com a reeleição de Almadinejad e o nuclear na agenda da antiga Pérsia, ou o caos, onde até os herdeiros do xá já se perfilham como sucessores...

Porque estarão os americanos e os europeus tão preocupados com a democracia neste país?

De quatro em quatro anos costuma haver eleições no Irão, com inúmeros candidatos, escolhendo o povo, o presidente e os seus representantes na Assembleia Nacional.

Estarão igualmente os americanos preocupados com a falta de democracia que existe na Arábia Saudita ou nas velhas monarquias do Golfo. Haverá eleições na Arábia Saudita ou nos países seus vizinhos?

A família real saudita tem as mãos sujas de sangue e é responsável por um dos regimes mais tirânicos do planeta.

Os EUA mostram uma vez mais terem dois pesos e duas medidas.

Há ainda outra coisa que ainda não percebi, porque motivo pode Israel ter a bomba atómica e o Irão não?