«A economia chinesa alcançará a norte-americana em 2027; em 2050, será duas vezes maior. É um erro profundo, defende o escritor Martin Jacques no The Times, presumir que uma mudança económica tão monumental possa ter consequências políticas e culturais de pequena monta. A modernidade na China, diz, não será dominada por sistemas de opinião, valores ou adaptações ocidentais. Será, sim, “profundamente moldada pela sua própria história e cultura, muito longas e ricas”.
Enquanto para os europeus a entidade primordial na definição das nações é o Estado-nação, os chineses pensam em si, antes de mais, como uma civilização, que requer “uma pluralidade de sistemas”, como o demonstrou a integração “um país, dois sistemas” de Hong-Kong. À medida que se transforma no poder dominante a nível mundial, uma China emergente que produz “uma rápida reconfiguração da região (Ásia)” pode perfeitamente desafiar “o domínio global dessa invenção europeia… de Estados-nação independentes e soberanos”. Isso terá profundo impacto na “maneira como pensamos e vivemos as nossas vidas”. Como o sistema financeiro internacional será transportado para o centro financeiro da China, Xangai, prevê que o mandarim “se tornará uma língua franca, como o inglês”. Os nossos filhos e netos, conclui, “crescerão num mundo cada vez mais estranho para nós, onde a velha tradição ocidental já não pode ser tomada como uma garantia”.
Pela primeira vez em mais de duzentos anos, os ocidentais precisarão de se adaptar a outras culturas e encará-las de uma nova forma.»
(Enviada por Américo Batista)
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