“É uma autêntica Bomba-relógio
(pronta a explodir). É este o nome sugestivo de um relatório da consultora
norte-americana PricewaterhouseCoopers (PwC) que incidiu sobre algumas das
maiores indústrias de transformação nas áreas dos produtos químicos, automóvel,
energias convencionais e renováveis, aviação, metais, infra-estrutura e alta
tecnologia.
O documento pretendia
saber qual o impacto que uma escassez de matérias-primas terá, e onde, ao longo
dos próximos cinco anos.
Dos vários sectores, os
líderes de negócios nas áreas automóvel, de produtos químicos e energia temem
que serão os mais atingidos de acordo com o estudo "Falta de minerais e
metais na indústria: uma bomba-relógio".
Para Malcolm Preston, director
de sustentabilidade global na PwC, "Há muitas indústrias que só agora
reconhecem que temos estado a viver acima dos meios do planeta. Novos modelos
de negócio vão ser fundamentais para que se consiga responder aos riscos e
oportunidades colocados pela escassez de metais e minerais".
Governos e empresas
devem estar cientes da escassez
Hans Schoolderman,
principal autor do estudo, acrescenta: "O crescimento da população
mundial, o aumento dos níveis de riqueza e a mudança nos padrões de vida estão
a elevar os níveis de consumo globais, criando uma procura cada vez maior de
recursos", diz. "Eu penso que tanto os Governos como as empresas
devem estar cientes da abrangência, da importância e da urgência da escassez de
matérias-primas renováveis e não-renováveis: energia, água, terra e
minerais", conclui.
Entre os minerais e
metais na lista de "crítica" estão o berílio, o cobalto, tântalo, o
flurospar e o lítio. O berílio é usado na aviação e projectos aeroespaciais,
bem como em armamento militar, enquanto o cobalto se usa por exemplo para
baterias recarregáveis de automóveis e o tântalo ao nível dos telemóveis,
computadores e electrónica automóvel. O flurospar é usado na indústria de
construção, no fabrico de vidro e cimento, bem como em estruturas de aço e o
lítio é usado generalizadamente em baterias.
Instabilidade e
interrupções já em 2016
Segundo o estudo, o
risco de escassez em todos os sectores deve aumentar significativamente,
levando a instabilidade e a interrupções de fornecimento potencial nos próximos
cinco anos, mas isso também vai criar oportunidades para a vantagem
competitiva.
O relatório indica que
77% das indústrias consultadas admite que a escassez de metais e minerais é um
tema importante para os seus negócios. A indústria automóvel é uma das que já
está em nível de alerta - 80% dos inquiridos demonstrou inquietação face à
falta de matérias-primas - ao passo que as empresas nos sectores das energias
renováveis e bens de consumo já estão a sentir alguma instabilidade no
fornecimento de matérias-primas. Os sectores que se seguirão, de acordo com o
documento, são os da aviação, tecnologias de ponta e infra-estruturas, que
deverão sentir a falta no abastecimento de forma crescente até 2016.
Curiosamente, o estudo
norte-americano reconhece que das empresas europeias, em regra, estarão mais
bem preparadas com programas e políticas de minimização de riscos a este nível
dos que nos EUA.
O estudo da PwC
abrangeu 69 executivos de sete sectores diferentes em três continentes,
Ásia-Pacífico, Américas (Norte e Sul) e Europa. A maioria das empresas são
protagonistas-chave no mundo, com facturação de mais de 10 biliões de dólares.”
Esta noticia veio a
lume no semanário Expresso, no passado fim-de-semana. Quantos de vocês a leram?
Fonte: Expresso
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