Há coisas que não
devemos aceitar e esta é uma delas, a redução dos feriados civis. Provavelmente
este foi o último ano em que foi celebrado feriado nacional a 1 de Dezembro.
Por imposição estrangeira, Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu
e União Europeia, o número de feriados foi reduzido ao calendário nacional, no
próximo ano irão ser retirados quatro dias (dois religiosos e dois civis) e
tudo porquê?
Em nome do lucro, da
produtividade segundo os economistas, a redução dos feriados produz ganhos até
148 milhões de Euros, só que os feriados laicos e civis dizem respeito a lutas,
sacrifícios e muitas provações de um povo e mexer com o 5 de Outubro ou com o 1
de Dezembro, é mexer com a Alma de um povo.
Não faz sentido mexer
com a identidade de um povo e de uma nação.
Só que isto de um povo
e de uma nação, parece já nada dizer às pessoas que vão pensando cada vez mais
em números e em cifrões…
A pouco e pouco vamos
perdendo a nossa identidade nacional e vimos a nossa soberania nacional ser
transferida para Paris, Berlim, Bruxelas ou Estrasburgo, perante o beneplácito
dos Migueis de Vasconcelos dos novos tempos (que renegam o seu povo obedecendo
cegamente à Maçonaria, aos Iluminados de ocasião e aos Bilderbergs nojentos).
Este é um golpe
perpetrado às claras pelos mercados, pelo liberalismo iluminista, pelo capitalismo
mais hediondo e selvagem que há memória, fazendo tábua rasa das leis, usos e
costumes, da liberdade e democracia de um povo.
Para que conste vou
escrever algumas linhas sobre o Primeiro de Dezembro, o que ele representa e
significa, para avivar a memória dalguns que anda muito esquecida.
A Restauração da
Independência é a designação dada à revolta dos portugueses, iniciada em 1 de
Dezembro de 1640, chefiados por um grupo designado de Os Quarenta Conjurados e
que se alastrou por todo o país, contra a tentativa da anulação da
independência do Reino de Portugal pela governação da Dinastia filipina
(Espanha), e que vem a culminar com a instauração da Quarta Dinastia Portuguesa
que parte da casa de Bragança. É comemorada anualmente em Portugal por um feriado
no dia 1 de Dezembro (até agora).
Começava a organizar-se
uma conspiração para derrubar os representantes do rei em Portugal. Sabiam já
que teriam apoio do povo e também do clero.
Apenas um nobre tinha
todas as condições para ser reconhecido e aceite como candidato legítimo ao
trono de Portugal. Era ele D. João, Duque de Bragança, neto de D. Catarina de
Bragança, candidata ao trono, em 1580.
Em Espanha, o rei
Filipe IV também enfrentava dificuldades: continuava em guerra com outros
países; o descontentamento da população espanhola aumentava; rebentavam
revoltas em várias regiões - a mais violenta, a revolta da Catalunha (1640),
criou a oportunidade que os portugueses esperavam. O rei de Espanha, preocupado
com a força desta, desviou para lá muitas tropas.
Faltava escolher o dia
certo. Aproximava-se o Natal do ano 1640 e muita gente partiu para Espanha. Em
Lisboa, ficaram a Duquesa de Mântua, espanhola e Vice-rei de Portugal (desde
1634), e o português seu Secretário de Estado, Miguel de Vasconcelos.
Os nobres revoltosos
convenceram D. João, Duque de Bragança, que vivia no seu palácio de Vila Viçosa,
a aderir à conspiração.
No dia 1 de Dezembro,
desse ano, invadiram de surpresa o Palácio real (Paço da Ribeira), que estava
no Terreiro do Paço, prenderam a Duquesa, obrigando-a a dar ordens às suas
tropas para se renderem - e mataram Miguel de Vasconcelos.
Em 1640, os homens de
D. João IV restauraram a independência depois de 60 anos sob o jugo dos Filipes
e dos Espanhóis. A Restauração da Independência nacional foi feita à base de
sangue, suor e lágrimas de um povo.
Agora 371 anos depois
estamos prestes de novo, a perder de novo a independência nacional, perante a
apatia dos portugueses.
Não tarda nada,
deixamos de ver a bandeira nacional, para passar a ver no mastro, a bandeira
azul da EU, passamos a escutar o Hino da Alegria, em vez da Portuguesa e outros
passarão a decidir os nossos destinos.
Será isso correcto?
Será isso legítimo?
Vamos aceitar isso
passivamente?
1 comentário:
Eheheh...não acaso foi decidido eliminar o Dia da Restauração: imagina se alguém por aqui pensasse em recuperar a independência!
Mas uma coisa não percebo neste País: antes do Dia da Restauração, não seria correcto comemorar o Dia da Fundação? Afinal a Restauração aconteceu quando Portugal já tinha 5 séculos de História.
Que tal o dia 26 de Julho, para lembrar o ano de 1139 quando Dom Afonso Henriques de Borgonha, então conde de Portucale, foi aclamado Rei de Portugal?
E não seria mal um Dia de Urraca também porque uma mulher com um nome assim não pode ser ignorada. O dia 1 de Abril seria um óptimo Dia de Urraca.
Abraço!!!
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