sábado, junho 02, 2012

Uma colisão celestial anunciada



A colisão e consequente fusão de Andrómeda com a nossa Via Láctea acontecerá dentro de 4 mil milhões de anos, segundo cálculos efectuados por cientistas que utilizaram o telescópio Hubble para fazer as medições mais precisas até hoje realizadas.
A Via Láctea vai chocar frontalmente com a sua vizinha Andrómeda, que se encontra a uma distância de cerca de 2,5 milhões de anos luz. Como resultado da colisão, as duas galáxias acabarão por se fundir numa só. A esta conclusão chegou um grupo de cientistas que mediram com grande precisão a velocidade e distância de Andrómeda com a ajuda do telescópio espacial Hubble.
Segundo os cálculos dos cientistas, o Sol não será destruído pela colisão, mas acabará por ocupar uma posição diferente da actual, seguramente mais afastado do centro da galáxia.
Segundo avança o jornal "El País", as duas galáxias estão a aproximar-se devido a uma mútua atracção gravitacional e a sua colisão já está prevista há muito tempo, mas para calcular, com precisão, como e quando a mesma acontecerá, é preciso uma medição muito rigorosa da distância de Andrómeda da Via Láctea. Foi o que fez agora o cientista Roeland van der Marel e os seus colegas do Instituto do Telescópio Espacial, em Baltimore, que publicaram os resultados dos seus estudos na revista Astrophysical Journal. Até agora, não se sabia se a colisão entre as duas galáxias seria frontal ou se apenas roçariam uma na outra.
Andrómeda está a aproximar-se da Via Láctea a uma velocidade de 400 mil quilómetros por hora, explica a NASA em comunicado. "Houve sempre grande especulação acerca do futuro de Andrómeda e da nossa Via Láctea, mas finalmente temos um panorama claro de como se irão desenrolar os acontecimentos nos próximos milhões de milhões de anos", afirmou Sangmo Tony Sohn, também cientista no Instituto do Telescópio Espacial.
Segundo os cálculos dos investigadores, após a colisão, passarão mais dois milhões de anos até que as duas galáxias se fundam completamente, formando uma só, de forma elíptica e com um núcleo. É possível que um terceiro conjunto estelar, uma pequena companheira de Andrómeda, a chamada galáxia do Triângulo, acabe também por colidir e fundir-se com as outras duas.
Este tipo de colisões e fusões são raras no universo, sendo mais correntes no cosmos primitivo, mais pequeno que o actual.

Porque estará a NASA tão preocupada com esta colisão? Ou será que ela ocorrerá mais cedo que o previsto?

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