terça-feira, julho 09, 2013

Afinal há vida no Lago Vostok



Uma variedade incrível de bactérias e outros organismos sobrevivem e reproduzem-se no lago de Vostok, na Antárctida, o mais extremo dos ambientes, numa completa escuridão e frio intenso.
Devido às extremas condições meteorológicas, cientistas e investigadores acreditavam que nada poderia ter vida no lago de Vostok. No entanto, descobriu-se neste lago profundo, frio e escuro, uma surpreende variedade de formas de vida. A investigação, publicada na revista científica PLOS ONE, revela mais de 3500 espécies identificadas através da análise genética.
"Os limites do que é habitável e não é, estão a mudar", afirma o responsável pelo estudo Scott Rogers da Bowling Green State University.
O lago Vostok é o quarto lago mais profundo da Terra e o maior dos mais de 400 lagos subglaciais conhecidos na Antárctida. O gelo que cobriu o lago durante os últimos 15 milhões de anos apresenta mais de três quilómetros de profundidade, o que cria uma enorme pressão. Há poucos nutrientes disponíveis e o tempo é tão duro e imprevisível que os cientistas para o visitar tem que ter equipamento especial e fazer treinos de sobrevivência antes.
Com estas condições, a maioria dos cientistas acreditava que Vostok fosse estéril. Contudo, a equipa responsável pelo estudo, ao trabalhar em secções retiradas do gelo profundo, identificou milhares de bactérias, algumas encontram-se no sistema digestivo de peixes, crustáceos e vermes anelídeos. Identificou-se também fungos e duas espécies de archaeas, organismos unicelulares que tendem a viver em ambientes extremos. As outras espécies identificadas estão relacionadas com os habitats dos sedimentos do lago ou oceano.
Encontraram-se psicrófilos, organismos que vivem no frio extremo, juntos com termófilos, organismos que podem suportar condições extremas de temperatura, o que sugere a presença de fontes hidrotermais no fundo do lago. De acordo com Rogers, a presença das espécies marinhas de água doce aponta para a hipótese de que o lado teve outrora conectado com o oceano, e que a água doce foi depositada no lago por um glaciar principal.

"Encontramos muito mais complexidade do que se pensava" - referiu Rogers. "Realmente mostra a tenacidade da vida, e como os organismos podem sobreviver em lugares onde há um par de dezenas de anos, pensávamos que não poderia existir nada."

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