Introduzir mais os
insectos na dieta global é uma das alternativas para combater o
dilema da produção alimentar num mundo com cada vez mais
habitantes, defende a FAO, a agência da ONU para a alimentação e a
agricultura.
Num estudo
divulgado esta segunda-feira, a FAO estima que 2000 milhões de
pessoas – cerca de 28% da população mundial – já ingerem
insectos numa base regular. O relatório identifica nada menos do que
1909 espécies comestíveis, das quais 31% são besouros ou
escaravelhos. A seguir vêm as lagartas (18%), as abelhas e formigas
(14%) e os gafanhotos (13%). No menu de invertebrados constam também
cigarras, libélulas, térmitas e moscas.
Não sendo
novidade, o consumo de insectos é apontado agora como uma boa
solução para alargar as fontes de alimento do mundo no futuro. A
população global continua a subir, embora a menor ritmo, e poderá
chegar aos 9000 milhões em 2050. Saciar a fome de tantas bocas pode
implicar em sérios problemas de exploração de recursos. Criar uma
vaca nos Estados Unidos, por exemplo, implica gastar quase dez quilos
de ração ou pasto por cada quilo adicional de animal vivo. Como
depois só se aproveita 40% do animal, na prática são necessários
25 quilos de alimentos para produzir um quilo de carne bovina. Um
quilo de bife também implica no consumo de 22 mil a 43 mil litros de
água.
Os insectos, por
sua vez, são animais mais eficientes, sobretudo porque têm sangue
frio e não gastam energia a manter a temperatura do corpo. Para um
grilo, são necessários 1,7 quilos de alimento por cada quilo de
animal vivo. Mas 80% do bicho é mastigável, resultando na prática
em 2,1 quilos de alimento por quilo de insecto comestível – menos
de um décimo do necessário para uma vaca. Os insectos também
produzem menos gases com efeito de estufa e ajudam na decomposição
do lixo. Além disso, são ricos em proteínas e podem ter maior
concentração de mais elementos importantes, como cálcio, ferro e
gorduras “boas”.
Potencial
inexplorado
Segundo Eva Muller,
directora da FAO e co-autora do estudo, os resultados não indicam
que todos os 7000 milhões de habitantes da Terra devam começar
imediatamente a comer insectos. “O que estamos a dizer é que os
insectos são um dos recursos proporcionados pelas florestas, e cujo
potencial para a alimentação humana e sobretudo animal está ainda
muito inexplorado”, diz Muller, citada num comunicado da FAO. Como
em qualquer outra fonte de alimentos, os insectos também correm o
risco de serem sobre-explorados. Um estudo publicado em 2006 na
revista Journal of
Ethnobiology and Ethnomedicine
chama a atenção para o risco existente sobre 14 espécies de
insectos ameaçados no México, sugerindo a criação dos mesmos como
alternativa. Investigar o que é melhor em termos ambientais é um
dos passos que a FAO diz ser necessário agora para melhor aproveitar
o alargamento desta potencial fonte alimentar. O relatório menciona
que nalguns países já se pratica a criação de insectos – como a
de grilos no Laos, Vietname e Tailândia. Mas a maior parte ainda é
capturada na natureza.
A FAO também
alerta para a necessidade de legislação nessa área e de mais
investigação sobre o valor nutritivo das espécies comestíveis....
Fonte: Público
Já estou a
ensalivar, nham, nham, que crocantes que eles estão hoje...
1 comentário:
comer insetos na forma natural deles é dificil, pois olhar para eles não dará apetite.... mas, na forma de farinha, doce, qualquer outra coisa que não pareça um inseto, no formato, eu (e muitos, com certeza)acho que comeria...
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