Dois
investigadores, um italiano e uma australiana, defendem nas páginas do Journal
of Medical Ethics (JME) - uma conceituada publicação da área da
medicina - a ideia de aborto pós-parto. De acordo com Alberto Giubilini e
Francesca Minerva, do ponto de vista moral, matar um recém-nascido, em nada
difere de praticar um aborto.
Os investigadores das universidades de Filosofia de
Milão e de Melbourne argumentam no artigo 'After-birth abortion: Why should the
baby live?' ('Aborto pós-parto: Porque deve o bebé viver?') que um feto e um
recém-nascido são dois seres «moralmente equivalentes», na medida em que ambos
estão num estádio em que apenas têm o potencial para se tornarem pessoas. Como
nenhum dos dois possui consciência, as mesmas razões que justificam o aborto
sustentam o infanticídio.
No resumo da sua exposição explicam que «o aborto
pós-parto deveria ser possível em todos os casos em que o aborto o é, e
explicitam: «Inclusive quando não há malformações no feto».
Os especialistas em ética médica sustentam, no
entanto, que o aborto pós-parto não é uma alternativa ao aborto («realizá-lo
nas primeiras semanas da gravidez é a melhor opção», escrevem), no entanto,
acrescentam que «se, depois do nascimento, se detectasse alguma doença que não
tivesse sido identificada durante a gestação, ou as circunstâncias económicas,
sociais ou psicológicas necessárias à educação de uma criança não estivessem
reunidas» as pessoas deveriam ter a opção de não ficarem obrigadas criar a
criança.
Ameaças de morte
O texto académico foi analisado por órgãos de
comunicação social em todo o mundo - desde os britânicos The Telegraph e Daily
Mail, passando pelo espanhol El Mundo -, a sua divulgação provocou já a
indignação na Internet e os dois académicos estão a ser alvo de ameaças de
morte.
Minerva, investigadora em Oxford e Melbourne, explicou
ao Daily Mail que a tese foi retirada do seu «contexto teórico e académico» e
explica que apesar de, no texto, defender que os recém-nascidos são não-pessoas
- por não possuírem consciência da sua própria existência - não teve
intenção de defender que se implemente o 'aborto pós-parto'.
O editor do JME, o professor Julian Savulescu
(director do Cento Uehiro de Oxford para a Ética Prática) viu-se obrigado a,
em 28 de Fevereiro, publicar no blog do JME um post em defesa dos autores
e da própria publicação. Queixa-se de que as ameaças de que os autores, e ele
próprio, foram alvo, essas sim são perigosas e constituem um acto de censura
que «se opõe aos valores de uma sociedade liberal».
Fonte: Sol
3 comentários:
É incrível ao ponto a que chegamos é a desumanização absoluta.
Nem tem como comentar um assunto dessa natureza, é simplesmente o paradoxo de um ser que se diz humano.
Um grande abraço meu amigo
Ah, esses safados defendem uma ideia absurda e totalmente desumana dessas e ainda se queixam das ameaças?????? E, pelo fato de serem dirigidos à eles, são perigosas.
Cambada de fila da puta!!!!!!!!!! Deveriam ser presos!!!
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