domingo, maio 26, 2013

Explosão na Lua por impacto de meteorito de 40 kg






“A agência espacial norte-americana monitoriza há oito anos, os impactos de meteoritos na Lua. Na noite de 17 de Março observaram um impacto que causou a maior explosão de sempre, que teria sido visível a qualquer pessoa que estivesse a olhar para o satélite natural naquele momento - sem precisar de telescópio.

Segundo a NASA, a explosão foi causada pela queda de um meteorito de 40 kg, que teria entre 30 e 40 centímetros. Viajava a cerca de 90 mil quilómetros por hora. A explosão era equivalente a cinco toneladas de TNT.
"Na noite de 17 de Março, as câmaras da NASA e da Universidade de Western Ontario detectaram um número fora de comum de meteoros aqui na Terra", afirmou Ron Suggs, analista do Marshall Space Flight Center. "Estas bolas de fogo viajavam numa órbita idêntica entre a Terra e a cintura de asteróides", acrescentou, dizendo que tanto o nosso planeta como o seu satélite natural estavam a ser atingidos por meteoróides na mesma altura.
Contudo, ao contrário da Terra, cuja atmosfera destrói a maior parte dos objectos, a Lua está totalmente exposta. Desde 2005, já foram detectados mais de 300 impactos, mas o de 17 de Março foi o mais brilhante.

(Notícia corrigida às 16.40: o meteorito viajava a cerca de 90 mil quilómetros por hora e não 90 km como por erro estava inicialmente referido).


Fonte: DN

Carne artificial - Vamos substituir o matadouro pelo laboratório?



Em breve Mark Post vai apresentar os primeiros resultados do projecto que desenvolve carne em laboratório

A carne artificial pode ser uma opção viável para reduzir 278 milhões de toneladas de carne animal, produzidas por ano. Apesar das possíveis diferenças nos valores nutricionais, os especialistas não condenam a alternativa.
Em 2012, cada europeu consumiu cerca de 76 quilos de carne. No resto do mundo, a média foi de 42 quilos. Estas estatísticas estão a gerar preocupações ambientais, já que por cada mil gramas de carne de vaca produzida para consumo humano, são libertados cerca de 13 quilos de gases com efeitos de estufa — muito mais nocivos que o dióxido de carbono. 
A Organização para a Comida e Agricultura das Nações Unidas sublinha que este valor é equivalente aos gases que, em média, são emitidos a cada 160 quilómetros percorridos por um automóvel. 

O problema dos valores nutricionais
Anna Olsson, investigadora do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) da Universidade do Porto, diz mesmo que, actualmente, o "nível de consumo de carne não é sustentável". Assim, a produção de carne em laboratório pode ser a solução para um ambiente mais equilibrado.
Tal como a convencional, a carne artificial "pode ser enriquecida com nutrientes e há maiores possibilidades de controlar a sua composição do que quando a carne deriva de um animal". Segundo a investigadora, os valores nutricionais "não precisam de ser diferentes, mas se houver diferenças em termos de valores nutricionais, parece provável que sejam em favor da carne artificial".
Já Célia Lopes, dietista, refere que ainda é cedo para ter acesso a relatórios acerca da "composição nutricional da carne artificial". Deste modo, ao não existir "provas dadas ao nível da comunidade científica, não é possível afirmar que a carne artificial apresenta os mesmos valores nutricionais que a de animal".
No entanto, Anna refere que comer "carne em si não é problemático", uma vez que o problema está mesmo nas grandes quantidades consumidas "no mundo ocidental". Célia Lopes partilha da mesma opinião pois "como qualquer alimento", o problema é quando é consumido em excesso". Deve-se variar o tipo de carne consumida, "limitando o consumo de carnes vermelhas e ter em atenção a certificação dos produtores e distribuidores.
Apesar de defender que a carne artificial pode ser mais facilmente controlada para "conter características benéficas para a saúde", Cristina Rodrigues, do Centro Vegetariano, diz que, ao tratar-se de um alimento produzido em laboratório, "não se sabe se terá consequências para a saúde ou não". Mesmo assim, "a substituição da carne animal por carne artificial certamente diminuirá problemas de colesterol e outros associados ao consumo excessivo de proteínas animais", sublinha.

Projecto da Universidade de Maastricht
Na Holanda já há previsões para o primeiro hambúrguer de origem não-animal. Nos próximos meses, a equipa de cientistas e investigadores da Universidade de Maastricht — liderada por Mark Post — vai apresentar os primeiros resultados do projecto que desenvolve carne em laboratório.
O processo é complicado mas garante a salvaguarda e respeito pelos animais. As células estaminais são extraídas de tecido muscular animal, através de uma autópsia, para depois serem cultivadas in vitro. Ao longo do processo, acrescentam-se vitaminas, açúcar e gordura de forma a estimular a origem de três mil pedaços de tecido: o suficiente para produzir um hambúrguer. 
A carne de laboratório vai ter um preço elevado, tratando-se de um produto para um pequeno "nicho". Assim, inicialmente, não vai ser um produto para o grande público. Cristina Rodrigues lembra, no entanto, que é necessário que o produto seja "saboroso" e que tenha "um preço mais acessível do que a carne" convencional, para granjear mais apoiantes. E mesmo assim há muitas pessoas que nunca vão ter "interesse em experimentar um produto de laboratório", diz. Pode até levar "muitos anos até se mudar mentalidades e hábitos".
Fonte: Público

Kepler com os dias contados


O primeiro telescópio que a NASA lançou no espaço para procurar planetas parecidos com a Terra tem o sistema que lhe permite apontar numa determinada direcção avariado. A agência espacial norte-americana ainda não quer dizer se a vida do telescópio Kepler como caçador de planetas chegou ao fim, mas anunciou esta quarta-feira que o futuro da missão pode estar comprometido.
Os engenheiros da NASA verificaram, na semana passada, que um dos quatro giroscópios não se movimentava. Este problema já tinha afectado um outro giroscópio em Julho do ano passado, que não funcionava desde então, pelo que agora o Kepler só tem em operação dois dos quatro aparelhos responsáveis pela sua estabilização e ajustamento da direcção para onde aponta as suas lentes na nossa galáxia, a Via Láctea. Ora, para procurar planetas à volta de 100 mil estrelas parecidas com o nosso Sol, o Kepler precisa de pelo menos três dos quatro giroscópios.
“Infelizmente, o Kepler não está no sítio onde possamos enviar astronautas para o reparar”, disse John Grunsfeld, responsável pela divisão de ciência da NASA, citado pela agência AFP.
Lançado no espaço em 2009, numa missão inicial de quatro anos, o telescópio encontra-se a 64 milhões de quilómetros de distância da Terra, muito longe para avançar com uma missão com robôs ou astronautas que o reparassem.  
“Não estamos prontos para declarar o fim da missão, mas, de qualquer forma, tem sido uma missão espectacular”, acrescentou John Grunsfeld, segundo a agência Reuters.
A missão, com um custo total de 600 milhões de dólares (466 milhões de euros), foi concebida para que o telescópio procurasse planetas que passassem em frente às suas estrelas. Através de uma ligeira diminuição do brilho de uma estrela por esse trânsito regular de um objecto à frente do seu disco solar, os cientistas conseguem detectar a presença do planeta. Até ao momento, o Kepler descobriu cerca de 120 planetas extra-solares, confirmados depois com outros telescópios, e detectou a presença de outros potenciais 2740 planetas, que ainda esperam confirmação.
A NASA ainda vai tentar que o giroscópio avariado torne a funcionar. Caso isso seja impossível, então os quatro anos previstos para o Kepler como caçador de planetas chegaram ao fim e a agência espacial avaliará se pode ser utilizado noutro tipo de observações astronómicas.

quinta-feira, maio 23, 2013

O Fundamentalista Relutante, de Mira Nair



Enquanto violentos protestos estudantis ecoam nas ruas de Lahore, o jovem professor paquistanês Changez Khan é entrevistado pelo jornalista americano Bobby Lincoln.
Licenciado pela Universidade de Princeton, Changez vai falando a Lincoln do seu passado brilhante como analista financeiro de Wall Street, do seu mentor Jim Cross, da sua bonita e sofisticada namorada Erica e do futuro brilhante que ambos tinham pela frente.
Mas com o 11 de Setembro e o ataque às torres gémeas, Changez vê-se confrontado com um ambiente de perseguição e suspeita, motivado pela sua naturalidade, que o levam a regressar ao seu país e à família de quem adora. O seu carisma e inteligência acabam por o projectar como um líder, tanto aos olhos dos seus devotos estudantes paquistaneses como das desconfiadas entidades americanas.
O insuspeito encontro entre Lincoln e Changez rapidamente acaba por revelar o seu verdadeiro objectivo -- um professor estrangeiro residente em Lahore foi raptado por extremistas e o tempo dado até à sua execução está a chegar ao fim.
Lincoln vai escutando atentamente o relato de Changez, enquanto esconde as suas próprias intenções.
Com argumento de Ami Boghani segundo a obra homónima do escritor paquistanês Mohsin Hamid, um filme realizado por Mira Nair ("Casamento Debaixo de Chuva", "A Feira das Vaidades", "O Bom Nome"), que conta com a participação dos actores Riz Ahmed, Kate Hudson, Liev Schreiber e Kiefer Sutherland, entre outros.

terça-feira, maio 21, 2013

Ray Manzarek e as portas da eternidade

 
O teclista dos Doors, Ray Manzarek, um dos membros fundadores do mítico grupo de rock liderado por Jim Morrison, morreu esta segunda-feira, na Alemanha, vítima de cancro, segundo comunicado na página no Facebook da banda.
Manzarek tinha 74 anos. Conhecera Jim Morrison em Venice Beach, na Califórnia, e acabou por formar com este o grupo que ficou famoso por temas como "Riders on the Storm", de 1971.
O som do seu órgão era um dos mais reconhecíveis da música rock.

A imagem do seu tronco curvado sobre as teclas, uma das mãos desenhando linhas de baixo, a outra divagando pelo órgão, ficarão para sempre associadas a uma banda, os Doors, e a um tempo, os anos 1960. Ray Manzarek foi um dos instrumentistas que melhor os representou e foi, até ao fim da vida, nesta segunda-feira, totalmente um filho das ambições estéticas e dos sonhos de reinvenção e despertar espiritual desse tempo.
Um romantismo perfeitamente ilustrado no início de tudo. Manzarek encontrou Jim Morrison, colega da mesma faculdade de Los Angeles, na praia de Venice. Morrison mostrou-lhes algumas letras que escrevera. "Moonlight drive": "Let's swim to the moon / Let's climb to the tide". Os Doors nasciam ali, naquela tarde.

Nascido em Chicago, amante do blues e do jazz, fundaria os Doors com Jim Morrison em 1965. Dois anos depois, com a edição do homónimo álbum de estreia, a banda tornar-se-ia um dos fenómenos da década, atingindo o coração do circuito pop com as letras provocadoras e enigmáticas de Morrison e música que reproduzia na perfeição aquilo que Manzarek definia como uma entrega "dionisíaca" à vida, constantemente no fio da navalha.
Se Morrison era todo ele excesso e descontrolo, Manzarek era o músico metódico que, apoiado pelo guitarrista Robbie Krieger e pelo baterista John Densmore, traduzia em som essa tentação pelo abismo, aproximando a música do precipício, mas impedindo-a de entrar em queda livre.
Até 1971, data da morte de Jim Morrison e da edição de LA Woman, o último álbum do vocalista com os Doors, Ray Manzarek firmou com a banda o seu legado na história da música popular urbana. Álbuns como Strange Days ou Morrison Hotel e canções como Light my fire, The end, When the music's over ou Riders on the storm têm a marca do seu talento que, segundo o próprio, residia mais na liberdade da imaginação que na força do virtuosismo. "Sou basicamente uma espécie de pianista de 'cocktail jazz'. Serei o primeiro a admitir que não sou um teclista muito bom", terá afirmado um dia.
 
Nascido verdadeiramente para a música com os Doors, nunca se libertaria verdadeiramente da sombra da banda (nem, na verdade, parecia desejá-lo). A carreira a solo foi discreta e os Doors, quer nos livros de memórias, quer nas digressões revivalistas, um porto seguro a que regressou sempre. Isso não o impediu, no entanto, de lançar alguns álbuns a solo, com o grupo Nite City, ou de concretizar algumas colaborações com Iggy Pop, Echo & The Bunnymen, X ou Philip Glass.
Robbie Krieger, que o acompanhou nos últimos anos, declarou em comunicado: "Sinto-me feliz por ter podido tocar as canções dos Doors com ele durante a última década. Ray foi uma grande parte da minha vida e irei sentir a sua falta para sempre".
Com Robby Krieger e o cantor Ian Astbury (The Cult), viria a reformar os Doors em 2002, passando por Portugal três vezes: em dois concertos no Pavilhão Atlântico, em Lisboa, no Coliseu dos Recreios e no festival Marés Vivas, em Vila Nova de Gaia.
"Fiquei profundamente triste ao saber da morte do meu amigo e companheiro de banda, hoje. Fico feliz por ter podido tocar canções dos Doors com ele, durante a última década. O Ray foi uma grande parte da minha vida e hei de ter sempre saudades dele", escreveu Robby Krieger.

Recentemente, John Densmore, que se opôs à reunião dos Doors, escreveu um livro sobre a batalha judicial que daí decorreu, admitindo que não se importaria de voltar a tocar com Krieger e Manzarek, desde que o fizesse por solidariedade e não para ganhar dinheiro.

Manzarek deixa a mulher, os dois irmãos, o filho Pablo e três netos.


This is the end
Beautiful friend
This is the end
My only friend, the end
Of our elaborate plans, the end
Of everything that stands, the end
No safety or surprise, the end
I'll never look into your eyes...again
Can you picture what will be
So limitless and free
Desperately in need...of some...stranger's hand
In a...desperate land
Lost in a Roman...wilderness of pain
And all the children are insane
All the children are insane
Waiting for the summer rain, yeah


Mais sobre The Doors:


Bibliografia consultada:
Blitz, DN, Expresso, Público.
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