segunda-feira, abril 30, 2012

Brevemente, compostos químicos como alimento



O prémio Nobel da Química de 2010 Ei-Ichi Negishi afirmou no passado dia 23 de Abril, que a solução para a fome pode passar por um mecanismo químico de «reciclagem de dióxido de carbono» convertendo-o em comida, mas que ainda está longe de ser alcançado.
Ei-Ichi Negishi, químico japonês, de visita ao Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL), em Braga, afirmou que «os líderes mundiais estão enganados quando querem erradicar o dióxido de carbono».
O Nobel de 2010 defendeu que se se pudesse converter o «odiado dióxido de carbono» em comida «o mundo tornar-se-ia muito mais sustentável».
Segundo Negishi, este processo «é possível» mas, adiantou, «ainda não se descobriu um modo economicamente viável» de o fazer.
Aliás, alertou, «ainda se está muito longe do conseguir».
O processo desejado existe, no entanto, na natureza, na fotossíntese.
«As plantas captam o dióxido de carbono da atmosfera e transformam-no em açúcar para crescerem», explanou.
Assim, defendeu, «se se conseguir fazer a fotossíntese de forma industrial poder-se-ia criar comida através deste processo químico».
Na verdade, disse, esta «transformação do dióxido de carbono em matéria orgânica comestível já foi alcançada» mas, explicou, «o custo não é viável» uma vez que utiliza metais como ouro, platina, paládio entre outros.
A solução é encontrar uma «forma de catálise» que faça o mesmo, mas «a um custo sustentável».
Como imagem, o cientista usou o sistema de catalisação dos automóveis que «transforma o monóxido de carbono, altamente poluente e prejudicial, em dióxido de carbono, menos poluente».
Só que, explanou, «o processo que tem que se descobrir é o oposto, reciclar dióxido de carbono, através de um processo de catálise, em compostos orgânicos comestíveis».
Em conclusão, o Nobel afirmou que «o dióxido de carbono é mau para o ambiente mas bem utilizado pode ser bom para a humanidade».

domingo, abril 29, 2012

O Escandalo BPN, um escândalo nacional



"Fraude no BPN", podia ler-se em todos os quiosques de jornais esta manhã. Prosseguia o DN que esta daria para pagar três anos de subsídios de férias e de Natal, a todos os funcionários públicos.
- “Uma vergonha!” – Dizia o homem da rua acrescentado de seguida: “E não há ninguém que ponha cobro a isto!”
Mas, o DN vai mais longe, desvenda a escritura do terreno da casa de férias de Cavaco Silva - presidente da república português - que ficou isenta de sisa. A propriedade custou 137 mil euros e foi adquirida a amigos através de permuta.
8,3 mil milhões de euros é quanto o BPN pode vir a custar aos contribuintes.
Empresas públicas e privadas pediram milhões ao BPN depois da nacionalização.
Estado colocou gestores em banco falido a ganhar 17 mil euros por mês.
Miguel Cadilhe: "Manto de silêncio cobria Oliveira e Costa, Dias Loureiro e Vítor Constâncio e suas hostes"
Eu e você comuns cidadãos não tínhamos dinheiro no BPN. Então quem tinha? Resta saber quem eram os depositantes do BPN? Os vulgares cidadãos ou a camarilha do PS e do PSD?
Uma verdadeira escumalha.
Porque é que este banco não abriu falência?

Fonte: DN

Samuel Aranda, Paz para a alma



A Fotografia do World Press Photo foi tirada pelo fotógrafo espanhol Samuel Aranda numa mesquita que servia de Hospital. Os fotografados são Fatima Al-Qaws e o seu filho Zayed Al-Qaws de 18 anos ferido nos confrontos entre a polícia e os manifestantes contrários ao regime de Ali Abdullah Saleh.

Da fotografia de Aranda disse-se ser a “Pietá” da Primavera Árabe.

“É uma fotografia que fala em nome de toda uma região. Representa o Iémen, o Egipto, a Tunísia, a Líbia, a Síria por tudo o que aconteceu na Primavera Árabe”.
Koyo Kouoh (membro do júri)

quinta-feira, abril 26, 2012

Os Donos de Portugal, o livro e o documentário que toda a gente fala


Donos de Portugal é um documentário de Jorge Costa sobre cem anos de poder económico. O filme retrata a protecção do Estado às famílias que dominaram a economia do país, as suas estratégias de conservação de poder e acumulação de riqueza. Mello, Champalimaud, Espírito Santo – as fortunas cruzam-se pelo casamento e integram-se na finança. Ameaçado pelo fim da ditadura, o seu poder reconstitui-se sob a democracia, a partir das privatizações e da promiscuidade com o poder político. Novos grupos económicos – Amorim, Sonae, Jerónimo Martins - afirmam-se sobre a mesma base.
No momento em que a crise desvenda todos os limites do modelo de desenvolvimento económico português, este filme apresenta os protagonistas e as grandes opções que nos trouxeram até aqui. Produzido para a RTP 2 no âmbito do Instituto de História Contemporânea, o filme tem montagem de Edgar Feldman e locução de Fernando Alves.
A estreia televisiva teve lugar na RTP2 a 25 de Abril de 2012. Desde esse momento, o documentário está disponível na íntegra em www.donosdeportugal.net.
Donos de Portugal é baseado no livro homónimo de Jorge Costa, Cecília Honório, Luís Fazenda, Francisco Louçã e Fernando Rosas, publicado em 2010 pelas edições Afrontamento e com mais de 12 mil exemplares vendidos.
Leiam o que Jorge Costa escreveu sobre Champalimaud para saberem como se constrói uma fortuna antes e depois do 25 de Abril. Uma pequena parte de uma investigação colectiva que será lançada em livro na próxima semana: “Os Donos de Portugal”. Jorge Costa, Cecília Honório, Luís Fazenda, Francisco Louçã e Fernando Rosas são os autores. Podem ler um capítulo do livro na Vírus e um resumo de outro capítulo na Visão. Da história à economia política, passando pelo jornalismo: interdisciplinar como se quer. Podemos esperar um contributo para um retrato histórico do capitalismo português sem romances de mercado, mas antes com muito poder e muitas redes sociais à mistura e o vício de uma certa forma de acumulação. Não é defeito, é feitio. O dinheiro, por muito concentrado que esteja e por muitas, e pouco republicanas, capacidades que tenha de se transformar em poder político, ainda não determina a memória. Esta também é necessária para superar um Estado dependente dos especuladores e da lumpemburguesia, o Estado das engenharias neoliberais...
Este livro apresenta os donos de Portugal e faz a história política da acumulação de capital ao longo dos anos que vão de 1910 a 2010. Descobre-se a fortuna nascida da protecção: pelas pautas alfandegárias contra a concorrência, pela ditadura contra as classes populares, pela liberalização contra a democracia na economia. Esta burguesia é uma teia de relações próximas: os Champalimaud, Mello, Ulrich, entre outros, unem-se numa mesma família. Os principais interesses económicos conjugam-se na finança. Esta burguesia é estatista e autoritária: o seu mercado é o Estado e depende por isso da promiscuidade entre política e negócios. Os Donos de Portugal retrata também um fracasso monumental: o de uma oligarquia financeira incapaz de se modernizar com democracia, beneficiária do atraso, atraída pela especulação e pelas rendas do Estado e que se afasta da produção e da modernização. Ameaçada pelo 25 de Abril, esta oligarquia restabeleceu-se através de um gigantesco processo de concentração de capital organizado pelas privatizações. Os escândalos do BCP, do BPN e do BPP revelaram as faces da ganância. Este livro demonstra como os donos de Portugal se instalam sobre o privilégio e favorecimento.

Donos de Portugal, leia o livro da Afrontamento e veja o documentário:

terça-feira, abril 24, 2012

Somos Livres (uma gaivota voava, voava)



Ontem apenas
fomos a voz sufocada
dum povo a dizer não quero;
fomos os bobos-do-rei
mastigando desespero

Ontem apenas
fomos o povo a chorar
na sarjeta dos que, à força,
ultrajaram e venderam
esta terra, hoje nossa.

Uma gaivota voava, voava,
assas de vento,
coração de mar.
Como ela, somos livres,
somos livres de voar.

Uma papoila crescia, crescia,
grito vermelho
num campo qualquer.
Como ela somos livres,
somos livres de crescer.

Uma criança dizia, dizia
"Quando for grande
não vou combater".
Como ela, somos livres,
somos livres de dizer.

Somos um povo
que cerra fileiras,
parte à conquista
do pão e da paz.
Somos livres, somos livres,
não voltaremos atrás.

Letra e música Ermelinda Duarte Javier
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