A cadeira de Pedro não conhece descanso, nestes
últimos tempos, já não bastavam os escândalos de pedofilia e os negócios pouco
claros da Santa Madre Igreja com a Banca, as acusações de nazismo, a
intolerância religiosa em relação ao Islão, quando no melhor pano caiu a nódoa.
Eis que, o Mordomo do Papa foi preso, a polícia
italiana não brinca em serviço e ainda bem, os contornos do caso são pouco
conhecidos e estarão sobre o manto do segredo de justiça. Há quem fale em fuga
de segredos, tráficos de influências, e conspirações para afastar o actual
papa. A Igreja Católica Romana parece mergulhar cada vez mais em negócios pouco
claros nestes tempos pouco claros.
No entanto, na audiência geral na praça de São Pedro,
o papa Bento XVI pela primeira vez evocou publicamente o escândalo que abala o
Vaticano e que levou na passada quarta-feira à detenção do mordomo, Paolo
Gabrielle.
Centenas de documentos confidenciais transmitidos à
imprensa italiana desde Janeiro, provocaram o chamado escândalo “Vatileaks”, e
uma crise no Vaticano.
“Hipóteses completamente gratuitas multiplicaram-se,
ampliadas por alguns ‘media’, indo muito além dos factos, transmitindo uma
imagem da Santa Sé que não corresponde à realidade», afirmou Bento XVI.
Por seu lado Gianluigi Nuzzi, o jornalista que está na
origem da divulgação dos documentos e que publicou um livro, disse que há mais
informadores no Vaticano.
“Há um grupo de pessoas, eu posso contar mais de uma
dezena seguramente, que decidiram – como dizer… divulgar coisas”, disse o
jornalista.
Paolo Gabrielle, foi detido depois de terem sido
encontrados documentos confidenciais em sua casa.
A detenção foi anunciada um dia após o presidente do
banco do Vaticano, se ter demitido.
Longe vão os tempos, que
alguém disse: Pai, afasta de mim os vendilhões do Templo!