domingo, outubro 12, 2008

Coimbra Antiga (18) - Jardim da Sereia ou Parque Santa Cruz

Jardim da Sereia ou Parque de Santa Cruz


Nestas imagens pretendo recordar o Jardim da Sereia, em Coimbra.

Ao evocá-lo na minha memória, recordo-o como o lugar aprazível e fresco, em que era possível passear, estudar, circular livremente sem ser assaltado ou incomodado por marginais, toxicodependentes e por pessoas que teimam em viver à margem da sociedade, no fio da navalha.


Antigamente, na Sereia era possível as crianças correrem, pular, jogar e brincar às escondidas, verem os peixes e os cisnes nos lagos e divertirem-se nos baloiços e escorregas.


Hoje, o vandalismo tomou conta dum dos mais belos espaços verdes de Coimbra, multiplicam-se as estátuas partidas, os degraus arrancados do chão, sucedem-se os assaltos, as seringas abandonadas no chão, e outras coisas mais...


Os marginais e outr@s tais tomaram conta da Sereia, transformando-o num mercado livre de droga, visto ficar nas proximidades da Praça da República, perante a indiferença de todos e das autoridades, se bem que as instalações da Policia Judiciária fiquem nas proximidades...

Prefiro recordar o Jardim da Sereia do passado...

Mário Nunes


«Este notável jardim, estava integrado na cerca do Mosteiro de Santa Cruz e era recinto de lazer e meditação dos monges. A zona foi construída no reinado de Dom João V.


Tem por átrio o belo recinto do jogo da Pela ou da Bola, grande quadrilongo, marcado por altos carvalhos e loureiros, e onde actualmente se realizam importantes espectáculos musicais; o qual se entra, por um triplo arco de concreções calcárias provenientes dos tufos calcários de Condeixa (igualmente utilizadas noutros arranjos do parque) flanqueado por dois torreões. No seu interior possuem pinturas a fresco da autoria de Pascoal Parente. Os arcos estão encimados pelas figuras barrocas da Fé, Caridade e Esperança. Pende de cada arco um interessante candeeiro de ferro forjado.


No final do sumptuoso vestíbulo, encontramos uma cascata cenograficamente construída. Tem uma escultura de Nossa Senhora da Conceição, estátuas de evangelistas e painéis de azulejos setecentistas; à esquerda, representando Sara e Agar no deserto e, à direita, o profeta Eliseu a lançar sal nas águas de Jericó.


Em seguida o parque tem uma formosa escadaria entremeada de repuxos e tanques de água e assentos rematados de azulejos (azuis e brancos) com paisagens, animais e motivos alusivos à água, que conduz ao sossegado recanto da Fonte da Sereia.



A Fonte da Sereia, da Nogueira ou do Tritão, é dominado por um nicho onde está uma escultura da Virgem e em baixo por um Tritão que abre a boca a um golfinho, da qual sai água para uma concha. A confusão do Tritão com uma sereia levou a popularização do nome por que hoje é vulgarmente conhecido todo o jardim. Belos, são os motivos dos azulejos que relacionam a água com relatos bíblicos.


Outros motivos de atracção são o grande largo circular, com uma ilhota central com uma fonte e as alamedas e veredas com os olorosos loureiros de Goa ou a estátua de Camilo Pessanha - genial poeta conimbricence.


Adjacente ao Parque fica o mítico campo de Santa Cruz da Associação Académica de Coimbra, a Biblioteca Municipal e a Praça da República, que é ainda um local central na vida estudantil.


O Jardim da Sereia (*) é ainda hoje, pela sua luxuriante vegetação, pela sua frescura, pelo romantismo, pela abundância de águas sussurrantes e pelo seu cenário, um deleitoso abrigo da agitação da cidade e o melhor parque urbano barroco português.»

in http://lusitanianotavel.canalblog.com


1 comentário:

Anónimo disse...

ola!
muito bom o blog...
sou de Leiria e ja estive neste jardim umas 5 vezes...
adoro esse jardim e se morasse perto ia todos os dias!
nao imaginava que era tao mal frequentado mas é sim uma pena!
a minha alegria de quando estava a fazer uma pesquisa e vi esta imagem! tenho umas 10 fotos pareceidas:D
é lindo mesmo lindo...
parabens pela descriçao..esta muito bem feita!
Carina

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