Dia 1 de Novembro, dia de finados.
Um dia de romagem aos cemitérios e de recordar os entes queridos que já partiram e desencarnaram…
Um dia triste e quase sempre chuvoso.
No entanto, quantos de nós pensamos nos soldados que tombaram em terras do Ultramar?
Ou nos portugueses que jazem há muito nos cemitérios de Angola e Moçambique?
Recordo-me que havia famílias portuguesas em Moçambique há várias gerações. Muitos ainda lá permanecem, não regressaram a Portugal depois da independência, ficaram sepultados no esquecimento e na indiferença dum país que nega o seu passado.
Porquê?
Temos alguma coisa que nos envergonhar?
E em que estado se encontram os cemitérios de Angola e Moçambique?
E as campas onde jazem portugueses?
Muitos encontram-se pejados de mato e de lixo.
Uma absoluta tristeza… face a tanta indiferença.
1 comentário:
Sempre fiquei intrigado com a guerra no Ultramar: uma guerra recente e, mesmo assim, parecer tão longínqua.
Ninguém fala no assunto.
Remoção psicológica? Talvez.
Verdade: não foi uma boa altura para Portugal e para as colónias também.
Mas perceber o que se passou, quais os erros, poderia ajudar a ultrapassar o que foi, de facto, um trauma, individual e colectivo.
Não é suficiente cobrir tudo com o véu do esquecimento. Além disso é injusto: Portugueses deixaram as próprias vidas nos campos de batalha.
Culpa do regime? Sim, mas para o Ultramar não foi o regime, foram as pessoas como nós.
Entre aquelas pessoas com certeza houve Portugueses que honraram o próprio País, com gestos heróicos ou simplesmente humanos.
E isso independentemente do credo político.
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