domingo, março 17, 2013

Uma História com três papas



Era uma vez…
Dantes era assim que começavam todas as histórias.
E, poderia ser assim, se recuássemos 600 a 700 anos, até ao século XIV, vamos encontrar um mundo e uma Europa bem diferente da actual, a sair da Idade Média e onde os estados não tinham as fronteiras bem definidas, onde prevalecia o obscurantismo sobre a ciência e a religião católica sobrepunha-se a tudo o resto.
A Europa era tudo menos cor-de-rosa naquele tempo.
Naquela altura, a peste negra ceifava milhões de vidas e a guerra dos cem anos estava no auge, recorde-se que este conflito foi travado entre a França e a Inglaterra entre 1337 e 1457. Os turcos estavam nos Balcãs e às portas de Viena.
O Renascimento e os Descobrimentos ainda estavam por ocorrer. 

Mas, houve um acontecimento que marcou aquela altura, um grande cisma, na Igreja Católica Romana, uma crise religiosa que abalou a cristandade e que ficaria marcada nos livros de História como o Grande Cisma do Ocidente.
Imagine que em vez de um, existiam não um, nem dois, mas três papas… sim 3 papas.
Passo a explicar melhor…. 

Entre 1309 e 1377, a residência do papado foi alterada de Roma para Avinhão, em França, pois o Papa Clemente V foi levado (sem possibilidade de debate) pelo rei francês para residir em Avinhão. Em 1378, o Papa Gregório XI voltaria para Roma, onde faleceria. A população italiana desejava que o papado fosse restabelecido em Roma. Foi então eleito o Papa Urbano VI, de origem italiana. No entanto, ele demonstrou ser um papa muito autoritário, de modo que uma quantidade considerável do Colégio dos Cardeais, anularia a sua votação e foi realizado um novo conclave, sendo eleito Clemente VII, que passou a residir em Avinhão. Iniciara-se assim o Cisma, em que o Papa residia em Roma e o Antipapa residia em Avinhão, reclamando ambos para si o poder sobre a Igreja Católica. Posteriormente, surgiria outro Antipapa em Pisa. O cisma terminou no Concílio de Constança em 1417, quando o papado foi estabelecido definitivamente em Roma.

Mais pormenorizadamente:
O Papa Gregório XI deixou Avinhão e restabeleceu a Santa Sé em Roma, onde morreu em 27 de Março de 1378. A eleição de seu sucessor definiria a residência do futuro papa em Avinhão ou Roma. O nome do Bartolommeo Prignano, Arcebispo de Bari considerado com uma rígida moral e inimigo da corrupção, foi proposto. Os dezasseis cardeais italianos presentes em Roma reuniram-se em conclave em 7 de Abril. No dia seguinte escolheram Prignano. Durante a eleição houve grande perturbação na cidade, pois o povo de Roma e dos arredores esforçou-se para influenciar a decisão dos cardeais, que tomaram meios para evitar possíveis dúvidas. No dia 13 eles realizaram uma nova eleição e, novamente, escolheram o Arcebispo Prignano para se tornar papa. Durante os dias seguintes todos os membros do Colégio dos Cardeais aprovaram o novo papa, que tomou o nome de Urbano VI e tomou posse. Um dia depois, os cardeais italianos notificaram oficialmente a eleição de Urbano aos seis cardeais franceses em Avinhão, que o reconheceram como papa e, em seguida, escreveram ao Imperador e aos demais soberanos. Tanto o cardeal Roberto de Genebra, o futuro Antipapa Clemente VII de Avinhão, e Pedro de Luna de Aragão, o futuro Antipapa Bento XIII, também aprovaram sua eleição.
O Papa Urbano não atendeu às necessidades de sua eleição, criticou os membros do Colégio dos Cardeais e se recusou a restaurar a sede pontifical em Avinhão. Os cardeais italianos, então, em maio de 1378, se retiraram para Anagni, e em Julho para Fonti, sob a protecção da Rainha Joana de Nápoles, iniciaram uma campanha contra a sua escolha, preparando-se para uma segundo eleição. Em 20 de Setembro, treze membros do Colégio do Cardeais fizeram um novo conclave em Fondi e escolheram Roberto de Genebra como papa, que tomou o nome de Clemente VII. Alguns meses depois, esse antipapa, apoiado pelo Reino de Nápoles, assumiu sua residência em Avinhão. O cisma começava.
Clemente VII mantinha relações com as principais famílias reais da Europa. Os estudiosos e os santos da época normalmente apoiavam o papa adoptado pelo seu país. A maior parte de estados italianos e alemães, a Inglaterra e a Flandres apoiaram o papa de Roma. Por outro lado, França, Espanha, Escócia e todas as nações aliadas da França apoiaram o antipapa de Avinhão. O conflito rapidamente deixou de ser um assunto da Igreja para se tornar um incidente diplomático disseminado pelo continente europeu:
França, Aragão, Castela, Leão, Chipre, Borgonha, Condado de Sabóia, Nápoles e Escócia reconheceram o reclamante de Avinhão;
Dinamarca, Inglaterra, Flandres, o Sacro Império, Hungria, Norte da Itália, Irlanda, Noruega, Polónia e Suécia reconheceram o reclamante de Roma.
Os papas excomungaram-se mutuamente, nomeando outros cardeais para compensar as deserções, enviando mensageiros para a cristandade defendendo sua causa e estabelecendo sua própria administração. Posteriormente Bonifácio IX sucedeu a Urbano VI em Roma e Bento XIII sucedeu a Clemente em Avinhão. Vários clérigos reuniram-se em concílios regionais na França e em outros lugares, sem resultado definitivo. O rei da França e seus aliados em 1398 deixaram de apoiar Bento, e Geoffrey Boucicaut sitiou Avinhão, privando o antipapa de comunicação com todos aqueles que permaneceram fiéis a ele. Bento retomou a liberdade somente em 1403. Inocêncio VII já tinha sucedido Bonifácio de Roma, e após um pontificado de dois anos, foi sucedido por Gregório XII.
Na época do cisma ocorriam na Península Ibérica as guerras fernandinas e a crise de 1383-1385, ambas opondo os reinos de Castela e Portugal por questões dinásticas. Assim, no tempo de Fernando I de Portugal a sua desastrosa política externa levou-o a apoiar o Papa de Avinhão, que também tinha o apoio de Castela; depois da crise sucessória, como Castela continuasse a defender o papa de Avinhão, não será de estranhar que João I de Portugal, para mostrar bem a sua independência, fosse pelo Papa romano.
Em 1409, um concílio que se reuniu em Pisa acrescentou um outro antipapa e declarou os outros dois depostos. Depois de muitas conferências, discussões, intervenções do poder civil e várias catástrofes, o Concilio de Constança  (1414) depôs o Antipapa João XXIII, recebeu a abdicação do Papa Gregório XII, e finalmente, conseguiu depor o Antipapa Bento XIII. Em 11 de Novembro de 1417, o concílio elegeu Odo Colonna, que tomou o nome de Martinho V, com o que terminou o grande cisma do Ocidente e foi restabelecida a unidade. O prestígio do papado foi profundamente afectado com esta crise, o que causou a criação da doutrina conciliar, que sustenta que a autoridade suprema da Igreja encontra-se com um concílio ecuménico e não com o papa, sendo efectivamente extinta no século XV.
Confusos?


É que para já temos dois papas. E ambos estão vivos!

Na Centúria III, Quadra 5, Nostradamus escreveu:
Próximo à “loing” a falta de dois grandes luminares
Que sobrevirá entre Abril e Março
O que penúria! Mas dois grandes “de bons ares”
Por terra e mar socorrerão todas as partes.
Segundo estudiosos das profecias de Nostradamus, “loing” se refere a Bento XVI, como visto em outras quadras. Os dois grandes luminares são João Paulo I e II. Bento XVI de fato sobreviveu entre Abril e Março, já que foi eleito em um mês de Abril e renunciou no último dia de Fevereiro. Os dois grandes de bons ares, segundo as interpretações que mais parecem fazer sentido, seriam Brasil e Rússia, que socorrerão todas as partes por terem o maior número de católicos no mundo (ou, talvez, pela igreja evangélica brasileira e a ortodoxa russa, quem sabe?)
Centúria III, Quadra 19
Em Luques sangue e leite virão com força
Um pouco antes mudança do pretor
Grande mal e guerra, a fome e a sede serão vistas
Loing, onde morrerá o seu príncipe retificador
Se Bento XVI (Loing) é o rei, seu sucessor é o príncipe. Luques pode referir-se a Lucca, província italiana da Toscana. Sangue e leite poderiam ser uma metáfora à lava e à chuva ácida decorrentes de uma possível erupção do vulcão Lacial, na Toscana. Esta poderia ser a causa da destruição de Roma presente em outras profecias, que causaria ainda o mal, a guerra, a fome e a sede de que fala Nostradamus, na época do próximo papa, o príncipe.
Centúria II, Quadra 28
O penúltimo com sobrenome de profeta
Terá Diana no crepúsculo e repouso de sua vida
Loin irá vagar por pensamentos frenéticos
Ao livrar uma grande população de impostos
O penúltimo seria Bento XVI, chamado Joseph, nome de profeta. Diana é o Vaticano. Lion também é Bento XVI (os números romanos de Lion equivalem a XVI). A profecia se cumpre ao afirmar que Bento XVI irá livrar uma grande população de impostos, posto que renunciou ao cargo em amor à Igreja e para proteção dos católicos.
Centúria V, Quadra 56
Depois da morte do velho papa
Será eleito um romano de boa idade:
Este será acusado de enfraquecer a Santa Sé e viverá por um longo período,
Tomando atitudes polemicas
O romano de boa idade será o último papa e corresponde à profecia de Pedro Romano, que será mais jovem que Bento XVI.
Sobre o papa negro:
Através de Marte adverso será a monarquia
Do grande pescador em apuros ruinosa
Um tinto jovem negro vai aproveitar a hierarquia
Os predadores que agem em um dia nublado
Quando fala de Marte diverso, Nostradamus fala de um período de guerra. Pescador se refere a papa. Entretanto, o jovem negro pode se referir tanto a um papa mais jovem (de aproximadamente 60 anos) de cor negra quanto a um papa que vem de uma ordem negra.
Centúria I, Quadra 43
Antes que advenha a mudança de império
Virá um caso bastante maravilhoso
A fortaleza mudada, o pilar da rocha
Mas transmutado sobre o rochedo negro
A mudança de império pode se referir ao fim da Igreja Católica ou à sua mudança para Jerusalém. O caso maravilhoso seria a renúncia de Bento XVI. A rocha seria o papa, que seria transmutada no rochedo negro, ou papa negro, que pode ter os significados mencionados acima.


A ver veremos…

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