Em entrevista refere ao Correio da Manhã, edição de Domingo de 18.10.2009 esta deputada afegã suspensa por denunciar os senhores da guerra no parlamento afegão e por criticar Hamid Karzai, veio a Lisboa falar da sua luta:
“O Afeganistão foi ocupado em nome da democracia e dos direitos humanos, mas, como se viu no Iraque, não se pode criar democracia com bombas. E é impossível criá-la no Afeganistão apoiando os senhores da guerra e os fantoches, como o presidente Karzai, que falam de democracia, mas são como os taliban...”
“O meu povo está entre dois inimigos:as forças de ocupação e os senhores da guerra taliban e da Aliança do Norte. Diz-se que a saída daria lugar à guerra civil, mas não se fala de guerra civil de hoje, que vai continuar enquanto essas forças estiverem no país.”
“Obama é pior! Mais civis são mortos hoje do que na era Bush. Até já foram usadas bombas de fosforo e de fragmentação. Mesmo ele deve perguntar-se porque ganhou o Nobel...”
“Para merecer o meu respeito Obama teria de pedir desculpa pelos crimes de Bush e acabar com a ocupação. Teria de erguer a voz. Tem um poder simbólico, é a CIA que dita a política internacional, mas se é um verdadeiro democrata tem de agir, ainda que o seu destino seja como o de Kennedy.”
(…)
“Um país é livre quando se liberta por dentro.”
Malalai Joya fugiu do Afeganistão aos quatro anos. A invasão soviética levou-a a refugiar-se no Irão e no Paquistão. Quando regressou em 1998, os taliban dominavam o país. Eleita deputada, foi suspensa em 2007 e escapou a quatro tentativas de homicídio.
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