domingo, maio 25, 2008

Liberdade, Sérgio Godinho

«Sou um músico. E na música englobo as palavras – nesse aspecto, sou um poeta: englobo o estar em palco – e nesse aspecto, sou um cantor; e sou também um compositor, porque também faço melodias e ritmos. A partir de coisas que vou escolhendo. Um músico usa tudo, as palavras, o palco, não consigo separar...», Sérgio Godinho


Liberdade

Viemos com o peso do passado e da semente
Esperar tantos anos torna tudo mais urgente
e a sede de uma espera só se estanca na torrente
e a sede de uma espera só se estanca na torrente
Vivemos tantos anos a falar pela calada
Só se pode querer tudo quando não se teve nada
Só quer a vida cheia quem teve a vida parada
Só quer a vida cheia quem teve a vida parada
Só há liberdade a sério quando houver
A paz, o pão
habitação
saúde, educação
Só há liberdade a sério quando houver
Liberdade de mudar e decidir
quando pertencer ao povo o que o povo produzir
quando pertencer ao povo o que o povo produzir

Composição: Sérgio Godinho




«O Cantor acaba por ser a consequência natural das canções a serem compostas. É um pouco como um script de cinema, ou uma peça teatral, que só existem se forem representadas e para representadas.»



Sérgio Godinho, 33 anos de carreira, 24 discos (17 álbuns de originais) é, sem dúvida, um dos artistas mais importantes na cena musical portuguesa.


Actor com múltiplas participações em filmes, peças teatrais, séries e peças televisivas e ainda autor de textos para teatro e de canções para séries televisivas e ocasionalmente realizador, entre muitas outras actividades.

"É uma coisa que, em mim foi sempre natural, já que a minha formação também foi de actor, e só não faço mais teatro porque me ocupa demasiado tempo e tem que haver escolhas."


Sérgio Godinho nasceu em 1945 no Porto. Partiu de Portugal com 20 anos, recusando assim fazer a guerra colonial. Viveu durante nove anos em Genéve, Paris, onde integrou o elenco da comédia musical "Hair", Amesterdão, Brasil, onde se juntou ao grupo de vanguarda “Living Theater” e Vancouver. O seu primeiro LP "Os Sobreviventes" foi gravado em França, em 1971, com músicos franceses e a colaboração de alguns portugueses então radicados em França. Gravou também no exílio o álbum "Pré-Histórias". Estes dois discos, premiados pela Casa da Imprensa, foram sucessivamente proibidos e autorizados pela censura de então.


Tendo regressado a Portugal após a revolução democrática do 25 de Abril de 1974, Sérgio Godinho tornou-se autor de algumas das canções mais unanimemente aclamadas da música portuguesa - "Com Um Brilhozinho Nos Olhos", "O Primeiro Dia", "É Terça-Feira", apenas para citar três. Em 1983, no seu álbum "Coincidências", incluiu temas compostos em parceria com alguns dos mais reputados músicos brasileiros - nomes como Chico Buarque, Ivan Lins ou Milton Nascimento - algo até então inédito na produção musical portuguesa.


Nos seis anos que se seguiram, Sérgio Godinho gravou mais três álbuns de originais - "Salão de Festas", "Na Vida Real" e "Aos Amores" tendo entre outras actividades realizado centenas de espectáculos pelo país e no estrangeiro, actuando em algumas das mais famosas salas de espectáculos portuguesas.


Em 1990 voltou à música com o espectáculo "Sérgio Godinho, Escritor de Canções", onde revisitou as suas músicas sob uma nova perspectiva - apenas dois músicos acompanhantes e num auditório mais pequeno, neste caso o Instituto Franco-Português, onde fez 20 espectáculos de grande êxito. Desses espectáculos saíu o álbum ao vivo "Escritor de Canções".


Foi autor da série "Luz na Sombra", seis programas sobre intervenientes importantes das profissões menos conhecidas do mundo da música: letristas, técnicos de som, produtores, etc.; série essa exibida na RTP 2 no verão de 1991. Em Janeiro de 1992, realizou três filmes de ficção, de meia hora cada, com argumento e música igualmente seus. Estes filmes, com o título genérico de "Ultimactos", foram produzidos para a RTP, que os exibiu em 1994.

Escreveu ainda "O Pequeno Livro dos Medos", obra infanto-juvenil, que também ilustrou.




Voltou à música em 1993 com o disco "Tinta Permanente" e o espectáculo "A Face Visível", ambos merecedores dos maiores elogios da crítica e do público.

Em Novembro de 1995 é editado o disco "Noites Passadas" que foi gravado ao vivo em três espectáculos realizados no Teatro S. Luiz em Novembro de 1993 e no Coliseu de Lisboa em Novembro de 1994. Foram espectáculos que alcançaram grande êxito, tendo o Coliseu sido considerado um dos melhores espectáculos de sempre da carreira de Sérgio Godinho, alcançando um enorme sucesso de crítica e público.


Em Junho de 1997 é editado o disco "Domingo no Mundo", disco que conta com a participação de músicos e arranjadores de diferentes áreas musicais: (Pop, Rock, Popular, Erudita, Jazz).

Este disco foi apresentado com enorme êxito no teatro Rivoli do Porto e no Coliseu de Lisboa, nos espectáculos de nome "Godinho no mundo".

Em 1998 foi editado o álbum "Rivolitz", gravado ao vivo nos espectáculos do Teatro Rivoli e no Ritz Clube, em Lisboa, com uma formação de 10 músicos no primeiro de 3 no segundo.

Recebeu inúmeros prémios pelos seus discos, pela sua poesia, pela sua música, pelos seus espectáculos.


Em 2000 Sérgio Godinho volta com o seu mais recente disco “Lupa”, com dez canções originais e produção de Helder Gonçalves e Nuno Rafael. “Dancemos no Mundo” e “Bem-vindo Sr. Presidente” fazem já parte da lista das melhores de sempre. O disco é apresentado ao vivo, em Novembro desse ano, com dois espectáculos em Lisboa, no Centro Cultural de Belém, e um no Coliseu do Porto, tendo os três concertos obtido um grande sucesso.
2001 é o ano dos 30 anos de carreira. O aniversário é marcado pela edição três CDs. Dois dos discos são lançados em 2001 (“Biografias do Amor”, uma colectânea de canções de amor e “Afinidades”, uma gravação do espectáculo em conjunto com os Clã) e o terceiro, lançado em 2003, onde Sérgio Godinho junta alguns amigos com quem partilha 15 canções. Entre muitos outros artistas participam neste disco Camané, Da Weasel, Jorge Palma, Teresa Salgueiro, Xutos e Pontapés e alguns grandes nomes da música popular brasileira.»


Gravou os seguintes álbuns:

1971 – Os Sobreviventes
1972 – Pré-Histórias
1974 – À Queima-Roupa
1976 – De Pequenino Se Torce O Destino
1978 – Pano Cru
1979 – Campolide
1980 – Canto da Boca
1980 – Kilas o Mau da Fita
1983 – Coincidências
1984 – Salão de Festas
1985 – Era Uma Vez Um Rapaz
1987 – Na Vida Real
1988 – Sérgio Godinho Canta com Os Amigos do Gaspar (Infantil)
1989 – Aos Amores
1990 – Escritor de Canções (ao vivo)
1993 – Tinta Permanente
1995 – Noites Passadas (ao vivo)
1997 – Domingo no Mundo
1998 – Rivolitz (ao vivo)
2000 – Lupa
2001 – Afinidades
2001 – Biografias do Amor
2003 – Irmão do meio

2006 – Ligação Directa


Tem ainda editados a banda sonora do filme "Kilas, O Mau da Fita" (1980), e várias colectâneas das quais se destaca "Era Uma Vez Um Rapaz" (1985) e o álbum para crianças "Sérgio Godinho Canta com os Amigos do Gaspar" (1988).»



in http://www.pflores.com/sergiogodinho

Mais em:

http://sg01.no.sapo.pt/sg.html

http://blitz.aeiou.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=bz.stories/19770

e em:

http://www.sergiogodinho.com




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