sábado, setembro 15, 2007

A Beira e o Grande Hotel


Vista aérea da Beira

Milhares de quilómetros e a distância temporal, nos separam, Portugal e Moçambique…

Contudo há umas semanas atrás, fiquei chocado com a reportagem exibida no 2º Canal da televisão portuguesa.

A reportagem focava a segunda cidade de Moçambique, a Beira e o Grande Hotel, um dos ex-libris da cidade e que está votado ao abandono e esquecimento, para desespero dos actuais responsáveis da cidade, que são da Renamo.

Apesar da distância, a impressão com que ficamos é que há um distanciamento entre o Governo de Moçambique, sob a orientação da Frelimo e a Beira. Igual distanciamento há entre a capital e a Beira.

Fiquei chocado, para além dos 1.000 km que separam as duas cidades, parece que se está a cavar um «fosso», uma divisão…


Estação dos Caminhos de Ferro de Moçambique, na Beira

«A cidade Beira, foi construída com grande determinação, na margem do Rio Pungué, em cima de terrenos alagadiços e atravessados pelo Chiveve. Uma obra quase impossível. Talvez essa teimosia tenha marcado a maneira de ser dos Beirenses. Comunidade muito coesa, altiva e hospitaleira.

A segunda cidade de Moçambique, ponto de reunião das pessoas que tinham a sua actividade no eixo Beira (o Porto) - Vila Pery (a agricultura) - Tete (Barragem de Cahora-Bassa).

A cidade do Chiveve sempre bela, com a sua praia, com o farol, a praça do Município; os bairros do Maquinino e da Manga; a avenida da República com as belas acácias, jacarandás e figueiras da Índia; o moderno edifício dos Caminhos de Ferro». (in xirico, http://xirico.com)


Grande Hotel da Beira, fotografia obtida em 1998

Ora, em democracia é necessário conviver com as diferenças e respeitar aqueles que pensam de maneira diferente da nossa, por muito que nos desagrade.

A diferença de opiniões e de maneiras de pensar é saudável.

Tenho-me apercebido que em Moçambique há ainda quem lide muito mal com a influência portuguesa e quem queira negar o passado, erradamente, porque Moçambique é um país único, que bebeu durante os séculos, de inúmeras culturas: Zimbabué, Árabe, Suazi, Zulu, Indiana, Chinesa e Portuguesa.

Em diferentes aspectos, a multi-culturas deste país tornam-no único, face a alguns países de África e quem sabe, se este não é o motor de arranque, que permitirá Moçambique dar o grande salto em frente.

Apesar dalguns progressos, a impressão com que ficamos é que as estradas, as ruas, edifícios e as infra-estruturas, dalgumas localidades e cidades de Moçambique se encontram completamente degradadas, votadas ao esquecimento e ao ostracismo.

http://www.youtube.com/watch?v=Ngfm4xeRZq4



Praia da Beira

Excepção feita a algumas zonas da capital moçambicana que continuam imaculadas e algumas zonas do país, que vivem do turismo.

Dir-me-ão que estamos em África!

É verdade, respondo eu, muito tem sido feito em Moçambique, mas muito mais há ainda para fazer…

Força Moçambique!

Este Post nasceu duma conversa entre mim e a Madalena Gouvêa Lemos, autora do blogue Pensamentos e Espiritualidade (http://pensamentoseespiritualidade.blogspot.com)

e após uma visita ao inesquecível blogue do Antero Ferreira, Moçambique Saudades (http://anteromanuel.blogs.simplesnet.pt).



Texto - Mário Nunes

1 comentário:

Anónimo disse...

"Comunidade muito coesa, altiva e hospitaleira". acho que você nunca esteve na Beira. este povo é um povo ignorante, mal educado, sem respeito.veja no que eles tranformaram esta Cidade! não é culpa de partidos politicos, mas do descaso total das autoridades locais, gente corrupta e Soberba! e também da população, preguiçosa e ignorante que durantes os ultimos 36 anos nada parece ter feito para preservar a Cidade da Beira. lamentavel...

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