terça-feira, agosto 23, 2011

Uma questão de vizinhança

Comboio de Kim Jong Il


Enquanto, a NATO tenta decapitar o regime líbio, apesar de Kadhafi ter fugido eventualmente para o deserto… Os navios de guerra americanos e um impressionante dispositivo aero-naval aglomera-se nas proximidades da Síria e do Irão, muito provavelmente a esta hora já haverá tropas especiais americanas dentro destes países, enquanto isso o presidente sírio Hafez al-Hasad foi convidado como Kadhafi tinha sido para deixar o poder (tudo isto com o beneplácito da ONU).

Conforme já referi nesta página, não acredito nas primaveras árabes, nem na veracidade das mesmas, estou para ver que regime sai agora da Libia, se calhar vamos ter os extremistas islâmicos no poder, o retrocesso de toda uma sociedade com o consequente encerramento de universidades e marginalização das mulheres, sim porque doa a quem doer, parece que Kadhafi tratava muito bem as mulheres dando-lhes igualdade de direitos por aquelas paragens.

Quanto ao que se passa na Síria creio que tudo aquilo está muito mal contado é que coisa rara neste momento só temos acesso a um dos lados da história. Neste momento, chegam-nos imagens de militares sírios contra civis. Mas será que são sírios. Será que a Mossad (por aquelas paragens) não terá feito das suas?…

É que já não era a primeira vez…

Enquanto isso, do outro lado do mundo, “uma delegação militar russa chegou à Coreia do Norte para conversações na mesma altura em que Kim Jong Il viaja pela Rússia e se prepara para uma cimeira com o seu homólogo russo, Dmitri Medvedev, prevista para quarta-feira.

“O objectivo fundamental da nossa visita consiste no reforço dos laços de amizade entre as forças armadas dos dois países”, declarou o almirante Konstantin Sidenko, comandante da Região Militar Oriental da Rússia, à chega a Pyongyang.

Segundo a agência russa ITAR-TASS, os representantes de Moscovo e de Pyongyang tencionam analisar a possibilidade de restabelecimento da cooperação militar, a realização de visitas de amizade de navios das armadas da Rússia e da Coreia do Norte e a organização de manobras conjuntas no mar.

Porém, o serviço de imprensa do Ministério da Defesa da Rússia sublinha que as manobras terão um “carácter humanitário”.

“Na primeira etapa, é possível que se trate do reinício da cooperação técnico-militar na esfera da teoria militar, do planeamento militar. Talvez convidemos para estudar nas nossas escolas oficiais norte-coreanos. E só depois de se criarem condições internacionais favoráveis, será possível a realização de manobras conjuntas”, considerou Konstantin Sivkov, vice-presidente da Academia de Problemas Geopolíticos.

Este analista frisa que não se deve falar de fornecimentos de armas russas à Coreia do Norte devido às sanções aprovadas pela ONU contra esse país.

Este visita decorre paralelamente à viagem de Kim Jong Il pelo Extremo Oriente e Sibéria.

Tanto Pyongyang, como Moscovo têm mantido no maior dos segredos o programa da visita do dirigente norte-coreano.

Segundo a imprensa russa, Kim Jong Il deu um passeio de barco pelo Lago Baical, a maior reserva de água potável do mundo, e tomou banho numa piscina com água desse reservatório.

Na quarta-feira, espera-se que ele se encontre com Dmitri Medvedev, Presidente da Rússia, em Ulan-Udé, capital da república russa da Buriátia. As autoridades locais estão a tomar fortes medidas de segurança.

Os especialistas russos consideram que o principal tema das conversações será a cooperação no campo da energia, que inclui a construção de um gasoduto que irá ligar a Rússia à Coreia do Sul através da Coreia do Norte.

Kim Jong Il e Dmitri Medvedev também poderão abordar o tema do reatamento das conversações sobre o desarmamento nuclear na Península da Coreia no quadro do “sexteto” de intermediários (Coreia do Norte e Sul, Rússia, Estados Unidos, China e Japão).

A prestação de ajuda humanitária russa a Pyongyang podem ser igualmente tema das conversações. Antes do dirigente norte-coreano iniciar a visita à Rússia, Moscovo enviou cerca de 50 mil toneladas de trigo para Pyongyang.

A última visita do líder norte-coreano à Rússia, também realizada de comboio, teve lugar em 2002”. (citando Da Rússia de José Milhazes)

Tudo isto depois dos russos terem fornecido os seus amigos sírios e iranianos.

Algo me diz que a próxima incursão militar americana poderá ter outro tipo de resultado…



1 comentário:

Fada do bosque disse...

Muito bom este post, Mário! Depois do o ler e de ter dado uma volta pelos jornais internacionais online, desde a China aos EUA... estamos ambos com a mesma sensação, infelizmente. :(

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