quinta-feira, agosto 05, 2010

Rússia à beira da combustão

“Os russos já deixaram de contar os recordes batidos pela actual onda de calor que se instalou há mais de duas semanas e continuará nos próximos quinze dias nas regiões centrais da parte europeia da Rússia. Em 130 anos de observações meteorológicas que estas regiões não viam o mercúrio a subir nos termómetros até além dos 30 e 40 graus centígrados.

Em algumas regiões, nomeadamente em Moscovo, o calor é acompanhado pelo fumo expelido para a atmosfera pelos muitos incêndios florestais, que faz subir os índices de poluição atmosférica (na capital russo, o índice é duas vezes superior ao permitido) e o número de chamadas para os serviços médicos de emergência da parte de pessoas que sofrem de males respiratórios e cardíacos.
Segundo o último balanço oficial, os incêndios florestais nas regiões centrais da Rússia provocaram 40 mortos e 323 feridos, tendo sido hospitalizadas 62 pessoas. As chamas devoraram 1 875 casas, deixando sem tecto mais de 2200 pessoas.


As autoridades reconhecem que, este ano, já arderam mais de 500 mil hectares, mas os ecologistas da organização Greenpeace da Rússia falam em mais de três milhões. Um quarto das colheitas já foi destruído pela longa seca. Os prejuízos materiais rondam os 4 500 mil euros.

O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, exigiu que os dirigentes locais que não conseguiram travar o avanço das chamas se devem demitir dos cargos, mas apenas um lhe deu ouvidos.


“O Governo Federal mostrou não estar preparado para a luta contra os incêndios. Os poderes locais, com os seus orçamentos miseráveis, também não estão. A vitória da centralização e da “vertical do poder” (criada por Putin) cheira a queimado”, escreve o jornal Novaia Gazeta.
Hoje, Serguei Choigu, ministro para Situações de Emergência da Rússia, reconheceu a falta de meios nos orçamentos regionais e explicou-a assim: “Os incêndios de grandes dimensões conduziram a que tenham acabado os meios e exigem mais dinheiro. Mas nem todas as autoridades preencheram correctamente os documentos, em conformidade com os quais se concedem mais meios. Isto atrasou o apoio ao financiamento das autoridades locais”.

Choigu afirmou que decuplicou o número de bombeiros no terreno, para 130 mil, aos quais se juntaram mais de dois mil militares e um número desconhecido de voluntários.

Os especialistas em provocar chuvas artificiais, em que na Rússia existe grande experiência, reconhecem a sua impotência no combate às chamas.


“Para provocar precipitações artificiais é necessário que a humidade do ar seja superior a 95 por cento. Ou seja, a chuva está quase a começar a cair e nós apenas apressamos esses processo”, declarou Alexei Liakhov, director do Serviço de Meteorologia de Moscovo.
Quando os meios técnicos e humanos são insuficientes, nada mais resta do que olhar para os Céus.


“Peço a todos os filhos e filhas fiéis da Igreja Ortodoxa Russa que se unam numa oração a Deus, que Ele mande chuva à nossa terra queimada”, disse Kirill.

O Patriarca sugeriu que as orações fossem feitas com particular zelo no dia 2 de Agosto, dia do Profeta Elias no calendário litúrgico ortodoxo, a quem já é hábito rezar por chuva.
Mas, por enquanto, a chuva não chega e os meteorologistas prometem ainda mais calor.” José Milhazes



Fonte:
http://darussia.blogspot.com/

Fala assim quem sabe da poda e está no terreno...


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