Milhares de pessoas desafiaram a proibição dos protestos decretada pela Junta Eleitoral de Madrid e voltaram a juntar-se nesta quarta-feira ao final da tarde nas Portas do Sol, em Madrid. Mais de 500 polícias foram mobilizados para o local.
A manifestação estava marcada para as 20 horas locais (19 horas em Lisboa), e pelas redes sociais voltaram a circular apelos para que os madrinelos se juntassem na praça para uma manifestação pacífica. Horas antes, a Junta Eleitoral de Madrid tinha proibido a continuação da concentração nas Portas do Sol dos manifestantes que criticam a classe política espanhola. “Não temos medo e não nos vamos”, responderam as cerca de duas centenas de pessoas que, naquele momento, se encontravam na praça conhecida como o quilómetro zero de Espanha.
Ao final da tarde, no entanto, o "El País" noticiou que os manifestantes estavam a enfrentar a sua "prova de fogo", e os protestos continuaram apesar de a Junta Eleitoral ter considerado que as manifestações "podem afectar a campanha eleitoral e a liberdade e direito dos cidadãos ao exercício do voto" nas eleições regionais e municipais marcadas para o próximo domingo. Os diversos grupos envolvidos na organização dos protestos defenderam, ainda assim, que os manifestantes devem continuar acampados na praça até ao dia do escrutínio.
A legislação espanhola especifica que um protesto como este deve ser marcado com dez dias de antecedência e a Delegação do Governo garantiu que iria pôr em marcha o dispositivo policial adequado para impedir o protesto, adiantou o "El país". No entanto, à hora marcada para o início da manifestação, e com milhares de pessoas e centenas de polícias em redor da praça, não havia notícia de confrontos.
Muitos dos manifestantes garantiram que, se forem dispersados hoje, voltarão nos próximos dias. E a proibição agora decretada estende-se também a outras cidades para onde já tinham sido convocados protestos, como Oviedo, Gijón Granada, Almeria e Sevilha, adiantou o "El Mundo". Nas Portas do Sol continuaram a ouvir-se palavras de ordem como "menos polícia e mais educação" e "Espanha, escuta, esta é a nossa luta".
Foi a Delegação do Governo de Madrid, equivalente ao Governador Civil, em Portugal, que solicitou a opinião da Junta Eleitoral, órgão presidido por um magistrado. Na sua resolução, a Junta destaca que não foi cumprido o prazo legal de dez dias para solicitar autorização para a concentração.
As autoridades espanholas destacam que, na manhã de hoje, uma delegação dos manifestantes manteve um encontro com a delegada do Governo de Madrid, no qual manifestaram a sua “vontade de respeitar a lei” e garantiram que a sua concentração decorreria de forma pacífica. O propósito dos serviços de segurança é evitar confrontos e convencer os manifestantes a cumprirem a resolução da Junta Eleitoral.
Fonte: Público
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