A propósito de um comentário recebido no post anterior, que a seguir reproduzo, entendo dar a devida resposta à letra:
“Hello Mario. I am very well aware of history of your great nation.
I'd like to know what do you guys think of your position now. Do you understand why Portugal is in financial crisis? What does it change if Finland borrows you 2 billion euros or not? Aren't you ashamed that you blame Finns for not borrowing you money - shouldn't you be thinking of ways to balance your budget and not being sarcastic to other nations?”
(Assinado por Kumitonttu)
Antes de mais, aproveito-lhe para lhe dizer que boa parte dos portugueses começa a achar que a presença de Portugal no seio da União Europeia é um perfeito disparate. Graças à União Europeia ficamos sem agricultura, indústria e comércio.
Na agricultura, boa parte dos nossos campos foram abandonados - são mais de 2 milhões de hectares e ainda há agricultores que recebem subsídios de Bruxelas para nada produzirem, enquanto outros estão limitados por quotas de produção absurdas.
Na indústria com a globalização vimos desaparecer inúmeras fábricas, que foram deslocalizadas para outros países fora da União.
No comércio, as grandes superfícies tomaram conta do sector, impondo preços, que esmagaram por completo os pequenos produtores e os pequenos comerciantes.
Portugal é uma velha nação com 9 séculos de existência e mais de 2000 anos de história (Lusitânia). Afrontamos Roma, que só à conta da traição nos logrou vencer. Por três vezes derrotamos Napoleão, enquanto o resto da Europa era esmagada pelo exército francês, excepção feita a Portugal, Suécia, Inglaterra e Rússia.
Desde os descobrimentos, que estamos voltados para o mundo e não para a Europa.
Posso-lhe dizer que há mais vida para além da União Europeia e boa parte dos portugueses começa assim a pensar. Faz mais sentido Portugal estar inserido numa Comunidade de Países de Língua Portuguesa (com o Brasil, Angola e Moçambique), alargada à China e à Índia.
Sabiam os finlandeses que a China já se dispôs a pagar a dívida externa de Portugal?
Agora se a intervenção do FMI e da União Europeia não for aprovada poderá ser colocada em causa, a existência da Europa enquanto comunidade de estados e o próprio Euro e então assistiremos à completa desagregação da União, que para mim e muitos outros não faz sentido. É altura de cada um (país) seguir o seu caminho.
No entanto queria-lhe ainda recordar que por duas vezes vos valemos a vós finlandeses, que por certo tem a memória curta, quiçá vítima de uma estranha amnésia colectiva. Em 1940 e em finais da década de 80’ nenhum português questionou a ajuda à Finlândia.
Por certo haverá mais marés que marinheiros, e nunca se saberá se amanhã não serão vocês a precisar de ajuda…
É certo e sabido que a crise de 2008, nos EUA, não poderá servir de desculpa para tudo, no entanto, o que está em curso é uma guerra de moedas, mercados e especulação financeira que visa destruir nações inteiras e empresas.
Depois dos EUA, seguiu-se a Islândia, a Grécia, a Irlanda, o mundo árabe, agora chegou a vez de Portugal.
Parece que as coisas não estão bem na Grã-Bretanha, na Espanha, em Itália e na Bélgica.
Amanhã, quem sabe pode ser a vez da Finlândia…
Ou será que vocês não se recordam do que se passou na Islândia?
1 comentário:
Good evening Mario!
I heard today that Portugal's nominee in Eurovision song contest has a strong ideological view-point to the current topic. Is that true?
If so, here's my suggestion what should be Finland's nominee:
http://www.youtube.com/watch?v=MpsOJbMCVwA&feature=related
PS A friend of mine visits Lissabon in two weeks. I just discussed with him and he was thinking how people will react there when they realize he's from Finland (Suomi in Finnish language, btw). We agreed it's better to say, that if the Finns had anything against the Portuguese, he wouldn't be there, of course.
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