“Troika critica a hesitação do
Governo grego em fazer cortes.
Num artigo publicado hoje no
jornal alemão Welt am Sonntag, os peritos da Comissão Europeia, do Banco
Central Europeu (BCE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) criticam
abertamente o Governo grego, nomeadamente a falta de determinação do país em
cortar na despesa pública. Isto numa altura em que a troika está a ultimar o
relatório sobre as contas gregas e a execução das medidas de austeridade. O
documento, que será apresentado no final do mês, é essencial para saber se a
Grécia poderá receber a sexta parcela da ajuda internacional concedida em Maio
de 2010. Se a Grécia não receber os oito mil milhões de euros até ao final do
mês entra em bancarrota.
No artigo, o responsável da
delegação do FMI na Grécia e também em Portugal, o dinamarquês Poul Mathias
Thomsen, considera que Atenas está numa "encruzilhada" e que deve
colocar em marcha reformas estruturais "muito mais severas do que as que
temos visto", mesmo depois de o governo grego ter aprovado recentemente um
corte de 30 mil funcionários públicos.
O enviado da Comissão Europeia
à Grécia, o alemão Matthias Mors, sublinha, por sua vez, que "os gregos
acreditam que basta aprovar leis. Mas a sua implementação demora tempo, e
muitas vezes faltam estruturas, por exemplo na Agência Tributária",
acrescentando que o relatório da troika deve ser conhecido a 24 de Outubro.
As críticas da troika surgem
precisamente uma semana depois de o Governo grego ter aprovado o projecto do
Orçamento do Estado para 2012, que fixa o défice orçamental do país em 8,5% do
Produto Interno Bruto (PIB) este ano, quase um ponto percentual acima da meta
de 7,6% acordada com a troika. Para 2012, Atenas estima um 'buraco' das contas
públicas de 6,8% do PIB, mais três décimas que o esperado.
Além disso, o Executivo
helénico prevê uma contracção do PIB do país de 5,5% este ano e de 2,5% em
2012, em linha com ‘World Economic Outlook' do FMI, publicado no mês passado,
mas pior que as projecções usadas em Julho para a negociação do segundo resgate
financeiro do país, no valor de 109 mil milhões de euros, que apontavam para um
regresso ao crescimento da economia grega no próximo ano.
Alemanha e França montam plano
para salvar a banca
A chanceler alemã e o
Presidente francês voltam hoje a reunir-se em Berlim para ultimar um plano
comum para apoiar a banca europeia, em caso de uma provável reestruturação da
dívida grega, e evitar uma crise semelhante àquela que assolou o mundo em 2008,
na sequência da queda da Lehman Brothers.
O assessor do Fundo Monetário
Internacional (FMI), Robert Shapiro, alertou esta sexta-feira que a banca
europeia pode colapsar "em duas ou três semanas" se os políticos não
encontrarem uma fórmula "credível" para estancar a crise de dívida.
Segundo os cálculos do FMI, a recapitalização da banca europeia deverá
situar-se entre 100 e 200 mil milhões de euros, muito acima do valor apontado
nos testes de stress de Julho.
Nas últimas semanas
reinstalou-se na Europa o ambiente de 2008 com uma desconfiança mútua entre os
bancos, travando o mercado interbancário e ameaçando paralisar a economia outra
vez. Desta feita os activos tóxicos parecem ser a dívida soberana grega e de
outros periféricos. Foi neste clima que as acções dos bancos europeus, com o
Dexia à cabeça, sofreram quedas acentuadas esta semana.”
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este artigo publicado pelo Diário Económico.
E esta, hein?
Mais cortes, como pode o grego
comum subsistir?
Para onde vai a classe média
grega? Para onde vamos todos nós?
Interrogo-me e dou por mim a
pensar, a União Europeia um dia destes vai ter uma surpresa, é que os gregos
são tudo menos dóceis, que o digam os persas e os turcos, basta passar os olhos
pelos livros de História.
Foi na Grécia que começou a
Democracia provavelmente será na Grécia que acabará a Democracia e a
Civilização como a conhecemos hoje.
Ao passar os olhos hoje pelas
edições electrónicas de vários jornais russos, pude constatar que os russos
nutrem uma simpatia muito especial pela Grécia e estão dispostos a ajuda-la
monetariamente, a exemplo do que fizeram à Islândia. É caso para perguntar Quo
Vadis U.E.?
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